A suspensão do pagamento dos direitos de imagem dos jogadores do Botafogo tumultuou os bastidores do Pantera nesta quinta-feira (30). Após ser noticiado pelo portal “O Dia” que parte dos atletas entrou com uma medida extrajudicial contra o clube, os jogadores se posicionaram.
Através de nota, os atletas afirmaram que houve um desencontro de informações em relação aos pedidos feitos a diretoria. Também foi citado que está pendente somente o tempo de duração da suspensão dos direitos de imagem, que representam cerca de 40% dos vencimentos.
“O grupo de jogadores do Botafogo esclarece que houve um desencontro nas informações veiculadas nesta quinta-feira sobre os nossos pedidos. Realizamos uma reunião com a diretoria do clube no dia 27 de março e, a única pendência que falta ser discutida é sobre o período de suspensão do Direito de Imagem, o que deve acontecer nos próximos dias. Queremos ressaltar também que em nenhum momento falamos sobre a possibilidade de fazer greve”.
Em entrevista ao Tribuna, Neimar Quesada, advogado procurado pelos jogadores para cuidar do caso, afirmou que a insatisfação foi gerada por conta da falta de negociação em relação ao corte.
“Comunicaram a proposta de suspensão do contrato, sem qualquer tipo de consulta ou negociação com os atletas. Ou seja, houve a comunicação da suspensão, mas os atletas não foram consultados. Foi um ato unilateral”, afirmou Quesada.
O Botafogo também emitiu nota no final da tarde e afirmou que as medidas tomadas foram acordadas em reunião realizada no dia 27 de março. O clube reiterou que o corte dos salários faz parte da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus e que a medida não é exclusiva do Botafogo.
“Em reunião realizada no dia 25 de março pelo Conselho Nacional de Clubes (CNC), ficou definido por todos os clubes da Série B, no item 3 do comunicado publicado na época por todos os clubes, ‘a suspensão, pelo período de paralisação, de todos os Contratos de Direito de Imagem, cabendo a cada clube individualmente analisar e observar as características próprias dos respectivos contratos para as consequentes suspensões’. Assim que a decisão foi tomada, o clube promoveu uma reunião com os jogadores no dia 27 de março para tratar do assunto.”
“O processo da suspensão do Direito de Imagem e de redução de salários está sendo feito por vários clubes do futebol brasileiro em virtude da pandemia de coronavírus, que afeta a receita de todo o ecossistema do futebol. Neste momento, entendemos que é preciso união de todos para superar essas dificuldades”, concluiu a nota.
Além do congelamento do pagamento dos direitos de imagem, o corte dos salários no Botafogo pode ser ainda maior. No mesmo acordo citado em nota, está estipulado que, em caso de continuação da paralisação, o clube pode cortar, por tempo indeterminado, mais 25% dos valores pagos em CLT, o que é previsto em lei.