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Governo quer dobrar limite de pontos e validade da CNH

Prazo de validade da CNH passaria de cinco para dez anos: proposta também aumenta de 20 para 40 pon­tos o limite da pontuação de multas que leva à suspensão do documento.

O Ministério da Infraes­trutura vai enviar ao Con­gresso Nacional um projeto de lei que dobra o prazo de validade da Carteira Nacio­nal de Habilitação (CNH), de cinco para dez anos. A pro­posta também aumenta de 20 para 40 pontos o limite da pontuação de multas que leva à suspensão do documento.

As duas medidas, confor­me o texto que será encami­nhado ainda nesta semana ao Congresso, não serão re­troativas, ou seja, só valerão a partir da aprovação da lei. Quem tiver hoje a carteira suspensa, portanto, não será anistiado e terá de cumprir a suspensão. As mudanças também não alteram o tem­po de validade de carteiras que já foram emitidas.

Em Ribeirão Preto, dia­riamente, pelo menos quatro motoristas têm a CNH sus­pensa por cometerem infra­ções no trânsito que resulta­ram em 20 ou mais pontos em multas. Levantamento do Departamento Estadu­al de Trânsito de São Paulo revela que, entre janeiro e setembro do ano passado, 1.223 motoristas perderam o direito de dirigir na cida­de, média mensal de 135 sus­pensões e de 4,5 por dia. Os dados são os mais recentes divulgados pelo Detran.SP.

A mudança na pontuação de multas, segundo o minis­tério, se baseia em experiên­cias internacionais. A pasta não informou em quais pa­íses o limite usado é o de 40 pontos. Trata-se de um tema caro ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Durante a campanha eleitoral, ele já havia dito que pretendia aumentar de cinco para dez anos o prazo de validade da CNH. O documento passará por um processo de substi­tuição em 2022, quando um novo modelo com chip deve ser adotado.

No Congresso, caberá a deputados federais e senado­res aprovarem ou não as alte­rações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Ainda não há previsão de quando isso vai ocorrer. No mês passa­do, Bolsonaro afirmou que “é quase impossível você viajar sem receber uma multa” e avisou que não haverá mais “nenhuma nova lombada eletrônica para o Brasil”. “As lombadas que porventura existam ainda, que são mui­tas, quando forem perdendo sua validade, a princípio… A princípio, não serão renova­das”, disse.

Exame
Na renovação da carteira de motorista, o projeto de lei defende a ampliação de cinco para dez anos da necessidade do exame de aptidão física e mental. A medida, embasada no aumento da expectativa de vida do brasileiro, valeria até os 50 anos de idade do condu­tor. A exceção ficaria por con­ta dos casos em que já houver indícios de deficiência (física ou mental) ou de avanço de enfermidade que possa com­prometer a capacidade do motorista conduzir o veículo.

O governo também pre­tende dar mais rapidez à conclusão de casos referentes a infrações graves e gravíssi­mas no trânsito que tramitam nos Detrans de cada Estado. A ideia é reduzir de seis para três as instâncias que cuidam desses processos, agilizando a conclusão das ações. Pela re­gra atual, a suspensão da CNH pode durar entre seis e 12 me­ses. Se houver reincidência e o condutor tiver sido suspenso nos últimos 12 meses, a puni­ção estende-se para oito meses a dois anos. Ainda não há detalhamento sobre este item na nova proposta.

“Além do aprimoramento da gestão e redução do núme­ro de processos administrati­vos tramitando nos Detrans, a proposta endurece as pena­lidades referentes às condu­tas mais perigosas, atuando com mais rigor nos casos em que há risco de segurança no trânsito”, declarou o minis­tério. O presidente da Co­missão Nacional de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Armando de Souza, disse que defende o amplo debate do tema por especialistas, integrantes do governo e parlamentares.

“É preciso discutir isso para que se possa realmente aprovar essas medidas sem colocar em risco a segurança no trânsito.” Segundo Souza, a tendência mundial é com­bater o índice de acidentes no trânsito por meio de campa­nhas educativas e redução de velocidade nas estradas. Ele menciona a Espanha como destaque no enfrentamento do problema.

Uma pesquisa do gover­no federal divulgada no ano passado sobre segurança nas rodovias apontou que 53,7% dos acidentes no Brasil são causados por falhas huma­nas, como desrespeito às leis de trânsito ou falta de aten­ção do próprio condutor. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde do ano passado, as mortes por acidente de trânsito caí­ram no País ao longo dos últimos anos, passando de 7.952 óbitos registrados em 2010 para 5.773 em 2016, uma queda de 27,4%.

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