Tribuna Ribeirão
Saúde

Suspeitas de coronavírus disparam em RP

Ribeirão Preto não tem ne­nhum caso confirmado de co­ronavírus, o covid-19. Porém, o número de notificações saltou de 45 para 84 em 24 horas. Tre­ze suspeitas já foram descarta­das e 71 aguardam os exames que estão sendo realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, contra 32 de terça-feira (17), aumento de 121,8%, com 39 pessoas a mais com os sin­tomas da doença. Os dados são do Boletim Epidemiológico di­vulgado nesta quarta-feira, 18 de março, pela Secretaria Mu­nicipal da Saúde.

Das 45 notificações, quatro são de fevereiro e 80 de março. Foram descartadas quatro sus­peitas no mês passado e mais nove no atual. Os 71 casos sob investigação são de março. A Secretaria Municipal da Saúde está promovendo uma série de mudanças nos atendimentos e adaptações no fluxo de pacien­tes da rede pública de saúde para enfrentar o novo coronavírus (covid–19) e proteger a popula­ção de Ribeirão Preto.

A partir da próxima segun­da-feira (23), todos os atendi­mentos da atenção básica da Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) Doutor Mar­co Antonio Sahão, na Vila Virgínia, na Zona Sul, serão transferidos para o Centro de Referência em Especialidades (CRE), que fica na rua Abílio Sampaio nº 637, no mesmo bairro. A UBDS Sul passará a atender exclusivamente urgên­cias, emergências e fluxos de casos do novo coronavírus.

A atenção básica envolve assistência domiciliar e far­macêutica, clínica médica, co­leta de exames laboratoriais, curativos, enfermagem, gine­cologia e obstetrícia, odonto­logia, pediatria, planejamento familiar, rotinas de pré-natal, suturas, teste do pezinho e vacinação. Já os atendimen­tos do CRE da Vila Virgínia passarão a ser realizados no Centro de Referência em Es­pecializados (CRE Central), localizado na rua Prudente de Morais nº 35, no Centro.

Transporte de pacientes
Outra mudança, a partir de segunda-feira, é na va- que faz o transporte de pacientes da Unidade Básica de Saúde (UBS) Herbert de Souza (Betinho), no Ribeirão Verde, na Zona Les­te, para a UBDS Doutor Sérgio Arouca, no Quintino Facci II, na Zona Norte, que será suspensa temporariamente, até segunda ordem. A determinação é para evitar ao máximo a aglomera­ção de pessoas para prevenir o contágio da doença.

O Hospital das Clínicas confirmou que as unidades de Emergência e do Campus da Universidade de São Paulo (USP) serão utilizadas para os casos mais graves da doença, mas ressaltou que os pacientes não devem procurar esses com­plexos para o primeiro atendi­mento. O HC reforçou que o atendimento geral é realizado pelas unidades básicas de saúde e pela Unidade de Pronto Aten­dimento (UPA).

Sobre o acompanhamento dos casos suspeitos, a diretora do Departamento de Vigilân­cia em Saúde, Luzia Márcia Romanholi Passos, explica que o monitoramento é diário. “Estamos acompanhando via telefone, com ligações diárias, questionamentos e monitora­mento constante sobre o esta­do clínico e outras informações sobre o estado desses pacientes. Quando necessário, fazemos visita domiciliar, como já foi feito em um caso, com todo cuidado, mas tem transcorrido de maneira tranquila”, diz.

A Divisão Odontológica suspendeu os atendimentos aos pacientes agendados, que serão realizados apenas em pesso­as que estejam em situação de urgência e emergência odonto­lógica. Durante o atendimento das urgências não poderão ser atendidos dois pacientes ao mesmo tempo. Após atendi­mento, deve-se fazer assepsia dos equipamentos (cadeiras, equipos etc.) e ventilação (se possível) das salas.

Estão suspensas, também, todas as atividades e ações co­letivas como grupos de gestan­tes, clínica do bebê, escovação dental supervisionada, grupos de diabéticos e hipertensos, triagens e a Campanha de Pre­venção Precoce do Câncer de Boca. As determinações são válidas até o dia 30 de março de 2020 ou mediante novas orientações da Secretaria Mu­nicipal da Saúde.

Estrutura de atendimento
O secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, afir­mou que Ribeirão Preto tem estrutura para atender casos da doença e pediu tranquilidade à população. “Estamos reunindo, toda semana, representantes de vários órgãos públicos e priva­dos em saúde de Ribeirão Preto e do Estado, e digo que, desde o início, estamos unidos com todas as estruturas no comba­te, tratamento e prevenção do coronavírus para dar a melhor resposta à população”, diz.

“Estamos com nenhum caso positivo, mas as coisas po­dem mudar e estamos prepara­dos para fazer o atendimento, portanto, estamos com todo o sistema de saúde público e privado conjuntamente tra­balhando para dar a melhor resposta possível à sociedade”. A recomendação da infectolo­gista Sílvia Nunes Izente Fon­seca é com o surgimento de qualquer sintoma respiratório, como tosse ou espirro. A pes­soa não deve trabalhar, a crian­ça não deverá ir para a escola e se houver um deslocamento muito grande, a pessoa deverá colocar a máscara e intensificar a higienização das mãos.

“A grande transmissão do coronavírus é pelas mãos. Se eu estou aqui, por exemplo, com qualquer virose respiratória, se eu tossir, daqui a pouco a pes­soa põe a mão, coça o olho, o nariz, é assim que se dá a conta­minação e se estiver a um me­tro de uma pessoa que espirrar, também passa. Água e sabone­te, se não houver álcool gel, são eficazes e suficientes”, orientou a profissional.
Ribeirão Preto, sem casos confirmados, ainda não tem a transmissão comunitária – quando não é possível identifi­car a fonte de contágio –, e os principais indícios do corona­vírus são febre, coriza e dor de garganta. O protocolo munici­pal de enfrentamento ao coro­navírus está disponível no site www.ribeiraopreto.sp.gov.br, no link da Secretaria Municipal da Saúde sobre o coronavírus.

Calçadão registra baixo movimento
A pandemia de coronavírus afas­tou o ribeirão-pretano das ruas. Com a suspensão das aulas por partes das redes municipal (108 escolas) e estadual (82 unidades), que atinge mais de 93 mil alunos, shopping centers reduziram o horário de atendimento, as pessoas pas­saram a trabalhar em casa (home office) e o comércio e a prestação de serviços já sentem os efeitos da covid-19.

FOTOS: ALFREDO RISK

O movimento despencou mais de 50% na maioria dos bares e restauran­tes. O cancelamento de shows, peças de teatro, espetáculos de dança, práticas esportivas e culturais, missas e cultos religiosos, cursos e outras atividades deixaram várias regiões ás moscas. Na tarde desta quarta-feira, 18 de março, o fluxo de pessoas no calçadão era bem inferior ao de dias normais.

O cenário na região central também mudou. Muita gente saiu de casa usando máscaras cirúrgicas e com seu próprio frasco de álcool gel. Este quadro deve perdurar ainda por mais um mês, no mínimo, mas o avanço do coronavírus indica que a “quarentena” deve seguir até junho, numa previsão otimista.

Dicas de prevenção
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
– Não compartilhar objetos de uso pessoal
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado
– Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool
– Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente
– Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar con­tato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos
– Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas
– Evitar contato próximo com pessoas doentes
– Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência
– Manter o ambiente limpo e arejado
– Evitar aglomerações ou locais com muitas pessoas
– Manter sempre que possível a distância de pelo menos dois me­tros de qualquer pessoa em ambientes coletivos
– Seguir todas as orientações das autoridades públicas quanto à restrição de movimentação e contato com outras pessoas
– Quando as atividades escolares estiverem suspensas, as crianças deverão permanecer em casa, ou seja, não frequentar outras áreas coletivas

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