O Centro de Pesquisa em Virologia (CPV) da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto confirmou o vírus da febre amarela em quatro macacos encontrados mortos na mata, localizada nas imediações da instituição. Os animais foram encontrados na semana entre Natal e Ano Novo. A confirmação depende agora de exames do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, cujos resultados devem ser divulgados em 30 dias. A prefeitura de Ribeirão Preto informou que está preparada para um plano de ação.
Segundo a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto não há casos em humanos. A pasta informou ainda que os macacos não são transmissores da doença, e que ela se dá por meio de mosquitos.
A prefeitura informou que, mesmo sem a confirmação do Instituto Adolfo Lutz, tem elaborado um plano de ação de combate à doença. A pasta garante que há vacinas para a população. Todos os detalhes sobre o plano serão divulgados durante coletiva de imprensa com o prefeito Ricardo Silva e o secretário da Saúde Maurício Godinho, na tarde desta sexta-feira, 03/01.
Morte em 2015
Em dezembro de 2016, Ribeirão Preto registrou um caso fatal de febre amarela. A vítima, um homem de 52 anos, residia próximo à Mata de Santa Teresa. Ele apresentou sintomas da doença e foi internado, vindo a falecer em 26 de dezembro. O diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz em 3 de janeiro de 2017.
Este foi o segundo óbito por febre amarela no estado de São Paulo em 2016; o primeiro ocorreu em abril, em Bady Bassit. Ambas as vítimas não haviam sido vacinadas e tiveram contato com áreas de mata, onde o vírus é transmitido por mosquitos silvestres.
Em resposta, na ocasião, a Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto intensificou ações preventivas, incluindo mutirões de limpeza, nebulização e campanhas de vacinação, visando controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e prevenir novos casos da doença.
O que você precisa saber sobre a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, de evolução rápida e gravidade variável, com alta letalidade nas formas graves. Causada por um vírus transmitido por mosquitos, apresenta dois ciclos de transmissão: silvestre e urbano.
Ciclos de Transmissão:
Silvestre: No ciclo silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus a primatas não humanos (macacos), que são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. Os humanos podem ser infectados acidentalmente ao adentrarem áreas de mata.
Urbano: No ciclo urbano, a transmissão ocorre pelo mosquito Aedes aegypti. No entanto, no Brasil, os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados em 1942; desde então, todos os casos confirmados decorrem do ciclo silvestre de transmissão.
Sintomas:
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. Em casos graves, podem surgir icterícia (pele e olhos amarelados), hemorragias e insuficiência de múltiplos órgãos.
Prevenção:
A vacinação é a principal medida preventiva contra a febre amarela. No Brasil, a vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é recomendada para pessoas a partir de 9 meses de idade que residem ou viajam para áreas de risco. Além disso, é importante adotar medidas para evitar a picada de mosquitos, como o uso de repelentes, roupas de manga longa e instalação de telas em portas e janelas.
Tratamento:
Não existe tratamento antiviral específico para a febre amarela. O manejo é sintomático, visando aliviar os sintomas e oferecer suporte ao paciente, especialmente em casos graves que podem necessitar de cuidados intensivos.
Notificação:
A febre amarela é uma doença de notificação compulsória imediata. Qualquer caso suspeito deve ser comunicado às autoridades de saúde em até 24 horas após a suspeita inicial, para que medidas de controle sejam rapidamente implementadas.