Tribuna Ribeirão
Política

Supremo age para evitar agenda hostil

Em um encontro que não constava em sua agenda oficial de compromissos, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tentou nesta terça-feira, 12, con­ter um princípio de crise e asse­gurou ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que o Planalto não quer atrito com o Judiciário. Horas depois da reunião entre os dois, porém, o Congresso deu mostras de que a ofensiva para “enquadrar” os magistrados vai continuar. Se­nadores ameaçavam até desen­gavetar a chamada “CPI da Lava Toga”, um dia depois de ela ter sido arquivada.

O almoço entre Onyx e To­ffoli, em sala reservada de um restaurante de Brasília, teve até ligação no modo viva voz para o presidente Jair Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia. Ali, Bolsonaro mostrou entusiasmo com a proposta de “pacto entre os poderes” apresentada por To­ffoli para votar reformas consi­deradas fundamentais, como a da Previdência e a tributária. “A fase em que os poderes estavam em conflito passou”, amenizou Toffoli.

Onyx tentou desfazer o mal-estar com Toffoli, depois que integrantes do STF viram digitais da Casa Civil e do PSL, partido do presidente, nas mo­vimentações do senador Ales­sandro Vieira (PPS-SE) para criar a “CPI da Lava Toga”, a fim de investigar possíveis excessos cometidos por tribunais supe­riores.

O fato de Toffoli ter determi­nado, na madrugada do dia 2, que a votação para a presidência do Senado fosse secreta, medi­da que favoreceria o candidato Renan Calheiros (MDB-AL), contribuiu para a revolta do grupo de Onyx. Eleito para co­mandar o Senado, Davi Alco­lumbre (DEM-AP), avalizado por Onyx, disse que a Casa não se curvaria à “intromissão ames­quinhada do Judiciário nem de qualquer outro Poder”.

A “CPI da Lava Toga” foi enterrada após Tasso Jereissati (PSDB-CE), Kátia Abreu (PDT-TO) e Eduardo Gomes (MDB-TO) retirarem apoio, mas nesta terça o senador Randolfe Ro­drigues (Rede-AP) confirmou que ele e outros colegas tentarão conseguir as nove assinaturas necessárias para desarquivar a proposta.

“Não é questão de animosi­dade, mas esse ativismo judicial precisa ter um ponto de equilí­brio. O Senado não pode ficar de joelhos diante do Judiciário”, respondeu o líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), que promete avalizar a segunda ten­tativa de criar a CPI.

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