O Índice de Preços aos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), mostra uma inflação de 2,04% em agosto, ante 0,90% do mesmo período de 2020 e de 1,10% em julho deste ano. O acumulado em doze meses é de 15,30% e, em 2021, de 6,19%.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial de preços no Brasil, fechou agosto com alta de 0,87%, a maior para o mês desde o ano 2000, quando subiu 1,31%. Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos doze meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quando o índice alcançou 10,36%.
Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de difusão de itens alimentícios saiu de 64,29% em julho para 72,02% em agosto, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 63,16% para 71,77%.
A inflação do grupo Alimentação e Bebidas subiu de 0,6% em julho para 1,39% em agosto e contribuiu com 0,29 ponto percentual para a taxa de 0,87%. A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de alta de 0,78% em julho para 1,63% em agosto.
As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (19,91%), café moído (7,51%), frango em pedaços (4,47%), frutas (3,90%) e carnes (0,63%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%). A energia elétrica subiu 1,10%, após já ter aumentado 7,88% em julho, e as famílias pagaram mais em agosto pelo gás encanado (2,70%) e pelo gás de botijão (2,40%).
Em meio à alta variação do preço dos alimentos, alguns produtos se destacam por estarem na contramão dessa tendência. É o caso da carne suína e dos pescados. Os cortes suínos baixaram 1,6% no mês, acumulando uma queda de 6,8% desde janeiro. Já o preço dos pescados se manteve estável no período.
Ambos são alternativas para substituir proteínas como a carne bovina e o frango, que estão em alta. Este último, em agosto, registrou um aumento de 8,6%. O economista Diego Pereira, do Departamento de Economia e Pesquisa da Apas, lembra que os preços já vinham pressionados pela valorização das commodities e pelo efeito das geadas registradas em julho.
Agora são impactados também pelos aumentos sucessivos da tarifa de energia elétrica. “O caso do frango exemplifica o efeito dominó causado pelos aumentos da bandeira tarifária, já que a energia elétrica é fundamental para a criação de aves. Soma-se a isso o alto custo praticado nas commodities de soja e milho, que compõem 70% da ração animal, além do preço no combustível utilizado no transporte”, explica Pereira.
Segundo o levantamento da Apas, a carne de frango registrou a maior alta no mês passado, acumulando 21,42% desde janeiro. A dúzia de ovos ficou 1,46% mais cara em agosto e acumula 12% desde o começo do ano. Para fazer o dinheiro render, o consumidor deve ficar de olho nos itens que tiveram aumentos abaixo da média do mês (2%) e no acumulado do ano (6,1%).
É o caso das bebidas não alcoólicas, dos produtos de limpeza e dos artigos de higiene. As bebidas não alcoólicas subiram 1,6% e 3,5%, respectivamente. Os produtos de limpeza registram alta de 1,57% em agosto e 5,78% no ano, e os artigos de higiene e beleza, 1,4% e 5,3%, respectivamente.
O café e o açúcar, dupla inseparável para boa parte dos brasileiros, deve continuar registrando elevação nos preços e amargando o bolso do consumidor. A safra de cana deste ano é 4,3% menor em relação à nterior e a do café deve recuar 22,6%.
O preço do açúcar aumentou 2,48% no mês de agosto, acumulando alta de 31,95% neste ano. O café, por sua vez, ficou 8,05% mais caro no mês de agosto, uma inflação acumulada de 20,21% no ano. Os produtos in natura, que costumam registrar deflação nessa época do ano em virtude da queda na demanda, tiveram aumento de 6,23% devido à geada, mas no acumulado de janeiro a agosto, registram deflação de 3,67%. Entretanto, nos últimos doze meses, a inflação desses itens é de 8,05%.
Sobre a Apas
Com 50 anos de tradição, a Associação Paulista de Supermercados representa o essencial setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento com a sociedade. A entidade, que possui três distritais na cidade de São Paulo e 13 regionais distribuídas estrategicamente pelo estado, conta hoje com 1.505 supermercados associados que somam 4.315 lojas.
A Regional Ribeirão Preto emprega cerca de 31 mil pessoas trabalham em supermercados nesta região. É composta por 78 cidades e possui 116 associados em toda sua área de cobertura. O empresário Rodrigo Canesin, do Supermercado Canesin, é o atual diretor regional da entidade.