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Supermercados registram deflação

O Índice de Preços dos Su­permercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Su­permercados (Apas) em parce­ria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), registrou deflação de 0,21% no varejo de alimentos no mês de junho, ante alta de 0,15% em maio de 2023. O IPS é compos­to por 225 itens pesquisados mensalmente em seis catego­rias. As quedas mais expressi­vas de preços são dos produtos semielaborados (-2,5%), das categorias de frutas (-1,50%), verduras (-1,13%), legumes (-5,67%) e das bebidas alcoó­licas (-0,17%), que puxaram a retratação no mês.

Com esse resultado, a infla­ção acumulada no ano está em 1,62%, menor patamar para o primeiro semestre dos últimos seis anos – era de 1,84% até maio. No acumulado em doze meses, desacelerou de 7,25% para 5,62%, em junho. Todos os grupos que compõem o índice seguem a mesma tendência de rápida desaceleração e até mes­mo os produtos de limpeza, de higiene e beleza, que desde 2020 apresentaram aumento constan­te, nos últimos meses inverte­ram a tendência e estão desace­lerando significativamente.

Semielaborados
A categoria de produtos se­mielaborados apresentou defla­ção de 2,5% em junho. Todas as subcategorias registraram redução de preços no período. A carne bovina manteve pelo sexto mês consecutivo queda de preços, com retração de 1,8% no mês. No acumulado do ano, a proteína acumula queda de 6,72% e cortes do boi, como o fí­gado, fraldinha e o acém tiveram queda próxima de 10%, com va­riação respectiva de 10%, 9,7% e 9,5%, respectivamente.

A redução no preço da car­ne bovina é resultado do me­nor custo de engorda do boi de corte. A queda de preço da ração animal produziu efeito no preço do frango. Em junho, o quilo do frango ao consumi­dor paulista recuou 5,05% e no ano 16,04%. O cenário do preço do frango no primeiro semestre de 2023 é o oposto em compa­ração com o mesmo período de 2022. Em junho de 2022, o quilo do frango acumulava alta de 26,8% em doze meses, já em junho de 2023, apresentou que­da de 17,9%.

A carne suína também de­flacionou em junho (-2,8%), porém, no acumulado em doze meses ainda segue em alta (4,6%). No período pré-pande­mia, devido a uma forte deman­da asiática, o preço da proteína suína chegou a aumentar mais de 30%. No encerramento do primeiro semestre, a alta nos preços dos cortes da carne suína tem sido moderada.

Os pescados ficaram rela­tivamente estáveis em junho (-0,1%). No acumulado do pri­meiro semestre do ano e nos últimos doze meses, o preço dos pescados apresentou variação de 1,25% e 3,28%, respectivamente. O preço do leite recuou 2,42% em junho, porém o primeiro semestre do ano, segue com o acumulado em alta de 10,9%.

O aumento no preço do lei­te, no início de 2023, está rela­cionado tanto à redução dos es­toques dos produtores, quanto do aumento dos custos de pro­dução. A subcategoria de cere­ais deflacionou 2,81% no mês, impulsionado pela forte redu­ção do preço do feijão (-8,9%) e do milho, que deflacionou 2,85%. O arroz apresentou alta de 0,41%, impedindo queda ainda maior do índice.

Industrializados
A categoria de produtos in­dustrializados registrou alta de 0,43% em junho, impulsionado pelo aumento dos adoçantes (2,50%), biscoitos e salgadinhos (1,22%), doces (1,08%), mas­sas, farinhas e féculas (0,93%), condimentos e sopas (0,86%), alimentos prontos (0,64%) e pa­nificados (0,61%).

Por outro lado, a subcatego­ria de óleos deflacionou 4,31%, decorrente da queda de 8,80% do preço do óleo de soja. A sa­fra recorde de soja neste ano já está refletindo nos preços ao consumidor final, uma vez que no primeiro semestre de 2023, a subcategoria deflacionou 24% e, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a redu­ção supera 36%.

Produtos in natura
Os produtos in natura in­flacionaram 0,58% em junho, puxados pela alta dos tubércu­los (10,66%) e dos ovos (1,53%). Apesar da alta de preços, os le­gumes (-5,67%), frutas (-1,50%) e verduras (-1,13%) registraram redução. Entre janeiro e junho, a categoria acumula alta de 2,52%. O maracujá (-17,26%), uva (-6,31%), abacaxi (-5,71%) e laranja (-4,49%) foram as fru­tas que registraram reduções expressivas no mês. A pêra e o melão tiveram aumento de 8,1% e 3,14%, respectivamente.

Os principais destaques en­tre os legumes foram a cenoura (-12,89%) e o tomate (-6,17%). Entre as verduras, as principais variações foram o couve-flor (-4,61%), alface (-1,78%) e a es­carola (-1,14%). A batata, após expressiva queda nos últimos meses, foi ajustada em mais de 20% em junho, puxando a alta da subcategoria.

Bebidas
As categorias de bebidas não alcoólicas ficaram relativamen­te estáveis em junho (0,04%), apesar da queda de preços dos refrigerantes (-0,23%), suco de fruta (-0,31%) e bebida isotôni­ca (-0,11%). As bebidas alcoóli­cas registraram recuo de 0,17%, impulsionado principalmente pela redução do preço das cer­vejas, de 0,22%.

Limpeza, higiene e beleza
A categoria de produtos de limpeza apresentou inflação de 0,24% em junho. O item de maior impacto foi a defla­ção de aproximadamente 1% do preço do sabão em pó. O grupo de produtos de limpeza, apesar da alta de preços, man­tém tendência de desacelera­ção e entre janeiro e junho de 2023 acumula alta de 3,36%, bem abaixo do registrado no mesmo período do ano ante­rior (11,81%).

O preço dos artigos de hi­giene e beleza avançou 1,40% em junho, puxado pelo aumen­to do preço do sabonete e do creme dental de 0,48% e 1,03%, respectivamente. No acumu­lado em 12 meses, a categoria acumula alta de 12,32%, abaixo do registrado no mês anterior (13,01%). A APAS acredita que o grupo continuará desacele­rando nos próximos meses, com a desaceleração e até mes­mo queda nos preços dos insu­mos produtivos.

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