Tribuna Ribeirão
Economia

Supermercados Inflação fecha o ano com alta de 4,33%

DIVULGAÇÃO/APAS

O Índice de Preços dos Su­permercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), subiu 0,53% em dezembro, valor considera­do dentro dos padrões históri­cos para o período. Porém, com este resultado, o acumulado do ano encerrou 2018 com inflação de 4,33%, ou seja, 0,33% acima das projeções da Apas, que eram de alta nos preços entre 3% e 4%.

A inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou 2018 em 3,75%.“Os pre­ços seriam bem mais compor­tados no ano, podendo ficar até próximo do piso projetado se não fossem três fatores que, pela intensidade ocorrida, prejudica­ram uma série de produtos de peso no orçamento do consu­midor paulista. Os fatores foram a greve dos caminhoneiros, os custos de energia elétrica e a alta do dólar”, explica Thiago Berka, economista da Apas.

A greve dos caminhoneiros influenciou nos preços das aves (principalmente o frango), cate­goria esta que estava mantendo o índice geral no início do ano em um nível mais baixo. Já os custos de energia elétrica sofre­ram forte influência das ban­deiras tarifárias, mais caras em vários momentos do ano, que encareceram os custos de pro­dução da indústria.

Por último, a disparada do dólar, que saiu de R$ 3,30 para um pico de R$ 4,20, teve influ­ência direta em produtos im­portados e nos que têm ma­téria-prima cotada em dólar, como categorias de higiene e beleza, produtos de limpeza, entre outras. Em dezembro, das 27 categorias analisadas onze tiveram aumentos no preço. No mês anterior, os au­mentos foram registrados em apenas nove categorias e que não tinham tanto impacto no dia a dia das famílias.

Para o mês, os preços de al­guns produtos típicos das festas de final de ano surpreenderam, como o do bacalhau, que subiu apenas 0,09%; as frutas de épo­ca caíram 0,73%; o macarrão teve queda de 1,73%; a cerveja teve redução de 0,95%; e o es­pumante caiu 0,32%. “Podemos explicar estas quedas pela maior concorrência da indústria e pelo uso de promoções competitivas por parte dos supermercados”, avalia Berka.

Já o peru, que vinha apre­sentando desempenho negati­vo no ano, teve alta de 10,68% no mês, e quem deixou para última hora e não aproveitou as promoções antecipadas dos su­permercados acabou pagando mais caro. Dos fatores citados como causa da inflação acima da projetada, o dólar influen­ciou muito em diversos produ­tos de toda a cadeia.

Um exemplo foi o trigo, que é importado e impactou nas massas e farinhas, que fecharam o ano com alta de 9,2%; biscoi­tos tiveram aumento de 4% e os panificados subiram 5%. Outro exemplo da influência do dólar são nos artigos de limpeza que, devido a conterem componen­tes químicos importados como matéria-prima, encerraram 2018 com inflação de 4,4%.

Outro fator que causou au­mento nos preços foi a greve dos caminhoneiros, responsável pela morte de quase 70 milhões de aves por falta de insumos, o que fez a cadeia de abastamento da categoria ser prejudicada. O frango, que era opção no prato do brasileiro até maio, sofreu forte alta a partir de junho e en­cerrou o ano com alta de 9,33%.

O mesmo pode-se dizer do leite, ainda que este, além da gre­ve, sofreu influência do dólar e do clima. Cerca de 600 milhões de litros de leite foram perdidos durante a greve. Aliado a isso, os insumos mais caros nos pastos e o clima atrasando a safra fizeram com que o leite subisse para uma inflação de 55% no meio do ano, o que resultou em alta de 8,97% nos preços ao final de 2018.

Os hortifrútis também im­pactaram no bolso do consu­midor em 2018 e apresentaram inflação de 14,11%. Dentre os itens analisados nesta categoria, os legumes foram os recordis­tas de aumento com 30,5%; os tubérculos cresceram 20,93% e as frutas subiram 10,37%. Na contramão destes números estão os ovos, que fecharam o ano em queda de 3,52%. Com esse cenário ficou difícil para o consumidor não ter a percep­ção de preços maiores que no ano passado.

No caso dos legumes, o maior vilão do ano foi o to­mate, que fechou com inflação recorde de 82%. Em relação às frutas, os maiores aumentos de produtos relevantes na com­posição orçamentária foram maçã (30%) e laranja (26%). No caso da maçã, a produção catarinense, maior do país, foi prejudicada com granizos na safra. Já a laranja foi afetada pe­los problemas de produção na Flórida (EUA) e o dólar alto.

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