Tribuna Ribeirão
Cultura

Superlive pede ajuda para a Amazônia

Uma live global vai reunir nesta quinta-feira, 28 de maio, das 21 às 23 horas (horário de Brasília), personalidades como Jane Fonda, Wagner Mou­ra, Morgan Freeman, Maria Gadu, Peter Gabriel e Carlos Nobre para chamar as atenções par as questões urgentes que envolvem os povos da Ama­zônia. O evento “Artists United for Amazonia: Protecting the Protectors” terá transmissão ao vivo via Facebook e pela pá­gina artistsforamazonia.org.

O evento terá a apresenta­ção da ativista, atriz e coestre­la da série Game of Thrones, Oona Chaplin. Um dos temas será a divulgação do Fundo de Emergência da Amazônia, lançado no mês passado por uma coalizão de organiza­ções indígenas, ONGs e alia­dos das questões dos povos indígenas da Amazônia amea­çados pela covid-19.

Os recursos que deverão ser arrecadados durante a trans­missão serão utilizados para prevenção e atendimento, como alimentos e suprimentos mé­dicos; comunicações de emer­gência e evacuação; proteção e segurança para territórios indí­genas; e soberania alimentar e resiliência da comunidade. Há uma estimativa de que o Fundo de Emergência da Amazônia ar­recade US$ 5 milhões nos próxi­mos 60 dias para a proteção con­tra a pandemia nos nove países da Amazônia.

O projeto “Artists United for Amazonia” vai mostrar apre­sentações musicais e entrevis­tas com artistas e músicos. O jazzista Herbie Hancock e os brasileiros Ivan Lins e a cantora Luciana Souza também são es­perados. São no momento 120 mil casos confirmados de co­vid-19 na Amazônia, e mais de seis mil mortes confirmadas. À medida que o novo coronavírus continua a se espalhar, os povos indígenas estão cada vez mais em risco e podem enfrentar um etnocídio em potencial.

Só os povos Achuar, no Equa­dor, registraram uma dúzia de casos. Os Shipibo, do Peru, têm 58 mortes e, no Brasil, 147 mortes e 1.350 casos. Mas, devido à falta de recursos de saúde na região, os casos são certamente subnotificados e as atividades ilegais de desmata­mento e extração em terras in­dígenas aumentam ainda mais o risco de exposição.

“Não podemos esperar mais pelo nosso governo, es­tamos em perigo de extinção”, disse José Gregorio Diaz Mi­rabel, coordenador geral da Coica (Coordenador de Or­ganizações Indígenas da Bacia do Rio Amazonas) e membro do povo Wakeunai Kurripaco da Venezuela. “Este evento faz parte de uma extraordinária aliança de organizações e indi­víduos dedicados a preservar a região com maior biodiversi­dade do planeta”, diz Sarah du­Pont, fundadora da Amazon Aid Foundation e codiretora da River of Gold.

“A mineração ilegal e não regulamentada de ouro é uma das formas mais perigosas de desmatamento na Bacia Amazônica e libera mercúrio tóxico no ecossistema. Desde a pandemia, a mineração de ouro explodiu em toda a Ama­zônia e em territórios indíge­nas, trazendo consigo violên­cia e a covid-19. A Amazônia está no ponto de inflexão e os protetores da Amazônia estão ameaçados. O que acontece na Amazônia afeta a todos nós.”

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