O juiz federal Eduardo José da Fonseca Costa condenou a ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelo desvio de R$ 2,2 milhões provenientes do Ministério do Turismo (MTur) para realização de uma das etapas da Stock Car em 2010, primeiro ano da competição na cidade e que levou cerca de 45 mil pessoas à Zona Sul de Ribeirão Preto.
O magistrado entende que, durante seu primeiro mandato como prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera “desviou, de forma livre e consciente, rendas públicas oriundas do convênio com o Ministério do Turismo em proveito da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e da Vicar Promoções Desportivas S/A, de forma ilegal (uma vez que não cabia às entidades a execução do objeto conveniado, mas sim à própria municipalidade ) e sem regular comprovação das despesas.”
Sobre as declarações de Dárcy Vera, que prestou depoimento na cidade em 19 de janeiro, de que os ex-secretários eram responsáveis pela administração dos recursos e que ela apenas assinava as documentações, o juiz afirmou que a ex-chefe do Executivo tinha total ciência do desvio. A advogada da ex-prefeita, Maria Claudia Seixas, disse que a defesa ainda não teve acesso à decisão, mas vai recorrer por entender que “não há, e isso é bem certo, comprovação da autoria delituosa no entendimento da defesa.”
O caso passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) depois que a União reprovou por duas vezes a prestação de contas do convênio e notificou a administração a devolver a verba. Segundo o governo federal, Dárcy Vera não comprovou a aplicação do valor. A prefeitura entregou a CBA a responsabilidade pela publicidade do evento, e a confederação contratou a Vicar. O MPF diz que a contratação deveria ter sido feita via licitação.