A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou na quarta-feira, 25 de setembro, mais duas mortes por sarampo na capital paulista. Com isso, já são cinco as vítimas da doença no Estado de São Paulo neste ano. Os óbitos de 2019 são os primeiros após 22 anos sem registros do tipo. As vítimas são uma mulher de 31 anos sem histórico de vacinação e um bebê de 26 dias, que, por causa da pouca idade, ainda não podia ser imunizado contra a doença.
Anteriormente, já haviam sido confirmadas duas mortes na capital e uma em Osasco, na Grande São Paulo. Ainda de acordo com a Secretaria da Saúde, já são 5.139 casos da doença confirmados no Estado, dos quais 2.897 (56,3%) ocorreram na capital, a cidade mais afetada. Diante do cenário, a Secretaria da Saúde ressaltou a necessidade de vacinação de todas as pessoas ainda não imunizadas. O Programa Estadual de Imunização prevê que crianças e adultos, com idades entre um e 29 anos, tomem duas doses da vacina contra o sarampo.
Acima desta faixa e até 59 anos, é preciso ter uma dose. Não há indicação de vacinação para pessoas com mais de 60 anos pois esse público provavelmente teve contato com o vírus no passado. Excepcionalmente por causa do surto, bebês entre seis meses e um ano também estão sendo vacinados com uma dose. Essa aplicação, no entanto, não será registrada na caderneta de vacinação. Todos os bebês deverão voltar aos postos aos 12 e aos 15 meses para tomar as duas doses de rotina.
A pasta recomenda ainda que pais de crianças com idade inferior a 6 meses evitem exposição a aglomerações, mantenham higienização e ventilação adequadas de ambientes e procurem imediatamente um serviço de saúde diante de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal.
Em 4 de setembro, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou mais 14 casos de sarampo que estavam sendo investigados em Ribeirão Preto, todos referentes ao mês de agosto. A cidade já soma 20 ocorrências da doença neste ano – as outras seis foram constatadas em julho (cinco) e junho (uma). Atualmente, outras 139 suspeitas de infecção estão sob investigação na cidade.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência. A cidade conta atualmente com 36 salas de vacinas que permanecem abertas de segunda a sexta-feira – os horários de atendimento são variados, de acordo com o funcionamento de cada unidade de saúde.
O Brasil registrou 4.507 casos confirmados de sarampo em 19 estados, nos últimos 90 dias. Isso é o que revela o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Agora, o Ceará e a Paraíba passam a fazer parte da lista de estados com transmissão ativa da doença. Apesar disso, mais de 97% dos casos foram registros em 168 municípios de São Paulo.
Para combater a doença, o Ministério da Saúde aumentou o número de doses compradas da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, para 2019 e 2020, passando de 30 milhões para mais de 65 milhões de doses. Isso representa a maior distribuição de tríplice viral feita pelo Brasil nos últimos dez anos. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kléber, explica como funciona a estratégia de distribuição dessas vacinas.
“Nós temos uma vacinação chamada ‘vacina de rotina’ que adora estão sendo mantidas. Desde o início a gente tem mantido as doses de rotina. A ‘extra rotina’ nós enviamos doses adicionais justamente para a campanha. Então para cada Estado, de acordo com o número de suscetíveis ou de pessoas que baseado nos estudos necessitam de vacinação, nós temos mandado doses adicionais”.