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SP recebe R$ 96 mi para prodzuir vacina

João Doria - GOVESP Reajustes valem a partir de primeiro de março

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que foram confirmados R$ 96 milhões em doações do setor privado para o Instituto Bu­tantan. As doações fazem parte de um programa do governo do Estado que busca R$ 130 milhões para que o instituto possa dobrar a capacidade de produção da vacina contra o coronavírus, a CoronaVac, em desenvolvimento em parceria com a farmacêutica Sinovac.

De acordo com o governa­dor, o objetivo é que o Instituto Butantan produza 120 milhões de doses da vacina, a serem aplicadas duas vezes. Doria afirmou também que o gover­no do Estado foi procurado por países vizinhos, na Améri­ca Latina, para o fornecimento dos imunizantes. “As doações são prova da generosidade do empresariado de São Paulo e daqueles que acreditam na es­perança da vacina”, disse Doria durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

O Instituto Butantã foi procurado por autoridades da Rússia para negociar uma eventual parceria para produ­ção de uma vacina contra o coronavírus, segundo, o diretor Dimas Tadeu Covas. As nego­ciações seguem em andamen­to. Ele afirma que a parceria não é descartada pelo instituto, que já está associado ao labora­tório da China Sinovac Biotech para o desenvolvimento da fase 3 de um imunizante chinês.

Para isso, entretanto, o instituto aguarda um novo contato dos russos, com res­postas para algumas informa­ções solicitadas pelo instituto. A partir desta quinta-feira, 30 de julho, mais quatro centros de pesquisa vão dar início aos testes com a vacina chinesa. A terceira fase de testes em humanos da CoronaVac teve início na terça-feira passada (21) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.

Um destes centros é o Hos­pital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP), que selecionou 500 voluntários para receber a primeira dose da va­cina. Ao todo, os testes com a CoronaVac serão realizados em nove mil voluntários recrutados em doze centros de pesquisas de seis estados brasileiros.

Os candidatos de Ribeirão Preto são enfermeiros, médi­cos, técnicos de enfermagem e outros profissionais de saú­de que atuam no atendimento direto aos pacientes com co­ronavírus. Eles estão em boas condições de saúde e não con­traíram o vírus. No caso das candidatas mulheres, elas não podem estar grávidas.

Apenas profissionais da saúde que ainda não tiveram a doença e que atuam com pa­cientes com covid-19, a doença provocada pelo novo coronaví­rus, podem participar dos testes. Para atender aos critérios, esses profissionais da saúde não po­dem ter outras doenças e nem estarem em fase de testes para outras vacinas.

A previsão do governo pau­lista é de que essa fase de testes da vacina seja concluída nestas doze instituições até meados de setembro e a expectativa é de iniciar a vacinação no começo de 2021. A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias. Caso seja comprovado o sucesso, ela começará a ser pro­duzida pelo Instituto Butantan. Mais de um milhão de pessoas se candidataram para ser volun­tárias nos testes da CoronaVac.

O custo da testagem no Bra­sil é de R$ 85 milhões, pagos pelo governo. A CoronaVac é uma das vacinas contra o novo coronavírus em fase mais adian­tada de testes. Ela já está na ter­ceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. O labo­ratório chinês já realizou testes do produto em cerca de mil vo­luntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresen­tou resultados expressivos em termos de resposta imune con­tra as proteínas do vírus.

O acordo com o laborató­rio chinês prevê que, se a vaci­na for efetiva, o Brasil receberá 60 milhões de doses fabricadas na China para distribuição. De acordo com o governo estadual, o instituto está adaptando uma fábrica para a produção da vaci­na. Primeiro, receberão a vacina profissionais da saúde e pessoas dos grupos de risco, como ido­sos e pacientes com comorbi­dades, e depois será destinada a todos os brasileiros através do Sistema Único de Saúde (SUS).

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