O governador João Doria (PSDB) decidiu nesta quinta-feira, 2 de dezembro, atender recomendação do Comitê Científico do Estado para manter a exigência do uso de máscara em espaços abertos nos 645 municípios paulistas. Após pedido do tucano, na tarde da última terça-feira, 30 de novembro, o órgão técnico pediu a manutenção da obrigatoriedade com a confirmação da variante Ômicron do coronavírus em São Paulo.
O governo do Estado previa a flexibilização da medida a partir do próximo dia 11. Em Ribeirão Preto, o uso obrigatório do equipamento de proteção individual (EPI) já estava mantido até 31 de dezembro, mesmo ao ar livre, segundo o decreto número 239, publicado no Diário Oficial do Município de 28 de outubro.
A partir de 1º de janeiro, serão avaliados os indicadores da covid-19 como o avanço da vacinação, número de casos ativos e internações na cidade. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo tem os três casos confirmados da variante Ômicron no Brasil até agora.
Os pacientes são um passageiro de 29 anos que veio da Etiópia, um homem de 41 anos e uma mulher de 37, ambos provenientes da África do Sul. Todos testaram positivo para a covid-19 e estão em isolamento aguardando o resultado de exames. As amostras foram sequenciadas geneticamente pelo Instituto Adolfo Lutz, instituição do governo paulista.
“Decidimos adotar essa medida por prudência com o cenário epidemiológico no estado. Todos os números demonstram que a pandemia está recuando em São Paulo, mas vamos optar pela precaução. O nosso maior compromisso é com a saúde da população”, diz Doria.
Na recomendação feita ao governo de São Paulo, o Comitê Científico aponta que há incertezas quanto ao impacto da variante Ômicron às vésperas do fim de ano. Os períodos de Natal e do Réveillon costumam provocar grandes aglomerações, o que facilita a transmissão de doenças respiratórias como a covid-19.
São Paulo foi o primeiro estado a instituir um Centro de Contingência da Covid-19 no país, em 26 de fevereiro de 2020, imediatamente após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil. Além disso, São Paulo foi um dos primeiros estados a exigir o uso de máscara e a implantar a quarentena.
Vacinação
Em São Paulo, a vacinação contra a covid-19 prossegue em ritmo acelerado, com os maiores percentuais de população imunizada no país. Nesta quinta-feira, o “Vacinômetro” (https://www.saopaulo.sp.gov.br/) registra 78 milhões de doses aplicadas nos 645 municípios paulistas, com 76,15% da população com esquema vacinal completo e 84,7% protegida por ao menos uma dose de imunizante.
Em comparação a países com população igual ou superior a 40 milhões de pessoas, São Paulo figuraria no quarto lugar entre as nações que mais vacinam no mundo, atrás apenas de Espanha (80,49%), Coréia do Sul (80,03%) e Japão (77,31%) e à frente de China (74,53%), Itália (73,03%), França (69,79%), Reino Unido (68,03%), Alemanha (68,06%), Brasil (62,92%) e EUA (58,23%) – os percentuais são atualizados periodicamente pelo portal Our World In Data, da Universidade de Oxford.