Tribuna Ribeirão
Saúde

SP envia dados de vacina para a Anvisa

GOVERNO DE SÃO PAULO

O Instituto Butantan já en­viou a documentação exigida pelo Ministério da Saúde para possível registro da Corona­Vac como uma vacina contra o coronavírus. O imunizante é desenvolvido em parceria com a biofarmacêutica chinesa Si­novac Life Science.

“O objetivo é tornar o mais rápido possível, dentro das normas científicas e do protocolo da Anvisa, o pro­cesso de registro da Coro­navac, uma das vacinas mais promissoras na sua última etapa de testagem em todo o mundo”, afirma o governa­dor João Doria (PSDB).

A documentação foi en­viada por meio de uma plata­forma digital da Agência Na­cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para agilizar os pro­cessos de registro de potenciais candidatas a vacinas contra o coronavírus. Após resultados positivos nas duas primei­ras etapas de estudos clínicos com milhares de voluntários na China e no Brasil, a Coro­naVac está no estágio final de testagem para atestar a eficácia na prevenção da covid-19.

O Butantan enviou à agência uma avaliação de dados preli­minares de produtos biológi­cos e os relatórios de eficácia e segurança obtidos até o mo­mento com a CoronaVac em testes não-clínicos (feitos em laboratório ou em animais an­tes da testagem em humanos).

Se a CoronaVac passar na fase de testes em voluntários e for aprovada pela Anvisa, a vacinação poderá ocorrer já a partir de 15 dezembro em profissionais de saúde. Os testes seguem até 15 de outu­bro. O governador assinou o termo de compromisso com a Sinovac para fornecimento de 46 milhões de doses ao es­tado de São Paulo até dezem­bro de 2020.

Já há um entendimento verbal entre a direção do Bu­tantan e a Sinovac para que outras 14 milhões de doses da vacina sejam fornecidas em fevereiro de 2021. No valor de US$ 90 milhões, o contrato também formaliza a transfe­rência de tecnologia para pro­dução da vacina pelo instituto.

Até dezembro, a farma­cêutica vai enviar seis milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões serão formuladas e envasadas em São Paulo. A segurança do imunizante já foi comprovada em uma pesquisa com mais de 50 mil voluntários na China.

Do total de voluntários, 94,7% não tiveram nenhu­ma reação adversa. Outros 5,36% sentiram efeitos adver­sos, todos de baixa gravidade, como dor no local da aplica­ção (3,08%), febre moderada (0,21%) e fadiga e perda de apetite (1,53%). Começaram na China os testes em crianças e idosos.

Entre as pessoas com mais de 60 anos, a vacina foi apli­cada em 422 voluntários e os resultados apontaram 97% de eficácia. Os estudos em crian­ças têm 552 voluntários de 3 a 17 anos. No total, foram apli­cadas 67.260 doses da Coro­naVac em 50.027 pessoas, ação que foi autorizada pelo gover­no chinês para alguns grupos, como pacientes de risco e fun­cionários da Sinovac.

A vacina também já vem sendo testada no Brasil des­de julho e, atualmente, os es­tudos clínicos da última fase são acompanhados por doze centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal. O Hospital das Clíni­cas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universi­dade de São Paulo (HCFMRP/ USP) participa dos testes da nova vacina.

O HC iniciou os testes da nova vacina contra o corona­vírus em 30 de julho. Foram selecionados 500 voluntários para receber a vacina. No úl­timo dia 25, Doria anunciou a ampliação da testagem para mais quatro centros de pesqui­sa em Barretos (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Pelotas (RS).

Com isso, a quantidade de voluntários do estudo co­ordenado pelo Instituto Bu­tantan será ampliada de nove mil para 13 mil voluntários. O perfil dos voluntários que poderão se candidatar ao es­tudo permanece praticamen­te o mesmo. Profissionais da saúde que estejam trabalhan­do no atendimento a pacien­tes com covid-19.

Tanto na China como no Brasil, os testes clínicos pas­saram a envolver voluntários com mais de 60 anos, que são o grupo mais suscetível aos sintomas graves da covid-19. De acordo com o Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, a expectativa é que os testes de eficácia da Corona­Vac sejam encerrados até o dia 15 de outubro.

Se o imunziante tiver suces­so na última etapa dos testes, o instituto pedirá a aprovação emergencial do imunizante à Anvisa. O objetivo do gover­no é iniciar uma campanha de vacinação contra o coro­navírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde de São Paulo.

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