Na manhã desta quarta-feira, 24 de março, o Instituto Butantan liberou mais 2,2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o Programa Nacional de Imunização (PNI). Somente este mês, já foram entregues 14,3 milhões de doses da Coronavac, imunizante desenvolvdio em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac.
O quantitativo é maior do que o disponibilizado em janeiro e fevereiro juntos, o que representa quase 25 mil ampolas por hora. Com o novo carregamento, o total de imunizantes oferecidos por São Paulo ao PNI chega a 27,8 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. Até o fim de abril, o total de vacinas garantidas pelo Butantan ao país somará 46 milhões.
O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades. Atualmente, 85% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são do instituto paulista.
O estado de São Paulo havia vacinado 5.062.899 pessoas contra a covid-19 até as 20h30 desta terça-feira (23) – 3.766.258 receberam a primeira dose e 1.296.641, a segunda. Os dados são do “Vacinômetro”, ferramenta digital, que permite a qualquer pessoa acompanhar em tempo real o número de vacinados no estado (confira em www.saopaulo.sp.gov.br).
Soro
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu a anuência para pesquisa clínica com o soro hiperimune anti-Sars-CoV-2, desenvolvido pelo Instituto Butantan, contra a covid-19. Com isso, o instituto tem autorização para fazer o teste do soro em humanos.
Até o momento, o soro foi testado somente em animais. O teste em humanos é uma etapa chave para que o Instituto possa avançar no desenvolvimento do medicamento e, posteriormente, solicitar seu registro junto à Anvisa, condição necessária para que ele seja usado no mercado.
A autorização foi condicionada a um Termo de Compromisso que prevê a entrega de informações complementares. Para o início do estudo, o Butantan ainda deverá apresentar tais informações, que, segundo a Anvisa, não foram integralmente disponibilizadas.
O soro foi produzido a partir da inoculação do vírus inativo em cavalos. O corpo dos animais reage ao microrganismo e produz anticorpos para combater a infecção. Depois, o sangue dos equinos é coletado e esses anticorpos isolados para que possam ser usados contra a doença.
O Butantan já é referência na produção de soros, como os antiofídicos, que neutralizam os efeitos de venenos de cobras, e o antirrábico, contra a raiva. De acordo com o instituto, o soro tem potencial para evitar o agravamento dos sintomas e curar os pacientes infectados pela covid-19.
Ao contrário da vacina, que busca prevenir a infecção, o soro atua no tratamento da doença. No começo do mês, o Butantan já havia divulgado que o soro demonstrou em testes pré-clínicos que é seguro e efetivo em dois tipos de estudos animais.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que recebeu do Ministério da Saúde uma solicitação de autorização para importar 20 milhões de doses da vacina Covaxin, fabricada na Índia. O imunizante indiano foi incluído pela pasta no cronograma de vacinas contra a covid-19 a serem entregues ao país em março.
O mais recente cronograma de entrega de vacinas, que foi divulgado pelo Ministério da Saúde na terça-feira (23), prevê a importação de oito milhões de doses da Covaxin em março, mais oito milhões em abril e outras quatro milhões em maio, totalizando 20 milhões. No início da março, a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, informou que o imunizante apresentou 81% de eficácia na prevenção da covid-19 em uma análise preliminar de um ensaio em fase 3 na Índia.