Nesta segunda-feira, 11 de janeiro, o governador João Doria (PSDB) apresentou o plano de logística de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) para a campanha estadual contra a covid-19, que deve começar no próximo dia 25 no Estado de São Paulo. No total, serão mobilizados 77 mil profissionais, sendo 52 mil da Saúde e 25 mil policiais que atuarão desde as etapas de armazenamento, envio de doses e insumos às regiões e municípios, até a aplicação das vacinas nos postos.
“Em São Paulo, começaremos a vacinar no dia 25 de janeiro e, se for possível e tivermos o respaldo necessário, iniciaremos antes. E tomara que o Brasil também comece antes. Aqui, temos planejamento, estrutura, condições, recursos, matéria-prima e vacinas para iniciar o programa de imunização dos brasileiros de São Paulo. E o que mais desejo é que isso possa ocorrer também para os brasileiros de todo o Brasil”, afirma o governador.
“O programa estadual de imunização poderá ser acoplado ao programa nacional. Nós não queremos contestar, queremos agir para salvar”, acrescentou Doria. As doses têm como ponto de partida o Instituto Butantan e serão acondicionadas inicialmente no Centro de Distribuição e Logística (CDL) do Estado de São Paulo. A partir dele, grades semanais serão distribuídas para a rede, com entregas diretamente a 200 municípios mais populosos e retiradas em 25 Centros de Distribuição regionais para as demais cidades.
As prefeituras, por sua vez, deverão garantir abastecimento nos postos de vacinação. O plano logístico prevê saídas semanais de grades com dois milhões de doses, com caminhões refrigerados e equipados para monitoramento de temperatura, rastreabilidade por radiofrequência, equipe de apoio, além de uma auditoria independente sobre todo volume de carga movimentada. Em média, 70 rotas deverão ser percorridas semanalmente.
“Neste momento, temos 10,8 milhões de doses já disponíveis e a única vacina disponível em solo brasileiro é a CoronaVac”, afirmou o secretário executivo de Saúde, Eduardo Ribeiro. “Há pelo menos três meses, todo o governo do Estado vem trabalhando na estruturação deste plano de logística. É um plano que está pronto, é consistente e vem em momento oportuno para nos deixar aptos a iniciar o processo de vacinação.”
Além das 5,2 mil câmaras de refrigeração dos postos fixos do SUS, a rede de frio dos centros de distribuição regionais já passou por manutenção preventiva e 25 geradores extras serão alugados para complementar a infraestrutura de armazenamento das doses. O governo de São Paulo adquiriu 75 milhões de seringas e agulhas ainda em 2020. Desse total, 20 milhões já foram distribuídas para a rede pública de saúde e novos quantitativos serão enviados proporcionalmente aos municípios com base nas grades semanais de vacinas.
Segurança pública
A Força Tática e a Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) da Polícia Militar acompanharão o primeiro deslocamento das vacinas do Butantan ao Centro de Logística, onde também haverá guarda montada. Todas as rotas serão escoltadas pela Polícia de Choque. Os centros regionais de armazenamento terão policiamento para apoio dos Comandos Regionais, que também farão articulações com as Guardas Municipais para segurança nos postos de vacinação.
Já existem 5,2 mil postos de vacinação espalhados por todo o Estado, com possível expansão para até dez mil locais. O plano prevê uso de escolas, quartéis da PM, estações de trem e terminais de ônibus, farmácias e sistemas “drive thru”. O funcionamento dos postos poderá ser ampliado conforme a necessidade, com perspectiva de atendimento das oito às 22 horas de segunda à sexta-feira, e das oito às 18 horas aos sábados, domingos e feriados.
Estratégias complementares poderão ser definidas com os gestores locais para alcançar a população. Os profissionais da Saúde passarão por treinamento para preparo e organização dos postos para evitar aglomerações; aplicação de doses e registro em sistema oficial; preenchimento de fichas de notificação para controle e monitoramento da campanha.
João Doria garante vacinação no dia 25
O governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira, 11 de janeiro, que São Paulo irá respeitar o Plano Nacional de Imunização (PNI) caso este atenda o Estado de acordo com critérios técnicos e científicos. Até o momento não há data definida para início da vacinação pelo PNI ou critério de repartição dos imunizantes contra a covid-19 entre os Estados. “A exclusividade é pela vida. São Paulo não assina exclusividade pela morte”, afirma o tucano.
As declarações foram dadas em resposta ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, no sábado (9), disse ter assinado contrato de fornecimento exclusivo das doses da CoronaVac produzidas pelo Instituto Butantan para o Sistema Único de Saúde. O fornecimento é disputado pelo governo estadual que anunciou plano próprio de imunização previsto para começar no próximo dia 25 de janeiro.
Na sexta-feira (8), o Instituto Butantan e a Fiocruz, que produz a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca no Brasil, entraram com pedido de uso emergencial das vacinas na agência reguladora. A reguladora informou no sábado que aprovou a de Oxford. Porém, informou que a documentação enviada pelo Butantan está incompleta e pediu mais informações.
O imunizante atingiu índice de eficácia de 100% para casos graves e moderados e de 78% para os mais leves. O estudo clínico realizado no Brasil contou com a participação de 12,4 mil profissionais de saúde voluntários em 16 centros de pesquisa, entre eles o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. O governo de São Paulo vai apresentar, nesta terça-feira (12), os dados de eficácia geral da CoronaVac.
Na manhã desta segunda-feira, a vacina foi aprovada na Indonésia, onde a taxa de eficácia geral, que leva em consideração todos os casos registrados durante a fase 3 de testes, ficou em 65,3%. O mínimo exigido pela Anvisa para que o imunizante seja aplicado no Brasil é de 50%. A primeira etapa de vacinação, prevista para começar em 25 de janeiro, vai priorizar profissionais da saúde, pessoas com 60 anos ou mais e grupos indígenas e quilombolas.
A expectativa do Estado é que nove milhões de pessoas sejam imunizadas nesta fase, com a aplicação de 18 milhões de doses da CoronaVac, até 28 de março. A partir do dia 25 serão imunizados profissionais de saúde, indígenas e quilombolas. A segunda dose será aplicada em 15 de fevereiro. Em 8 de fevereiro será a vez de idosos com 75 anos ou mais (segunda dose em 1º de março).
Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos (segunda aplicação em 8 de março). No dia 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos (16 de março a segunda). Por fim, no dia 1º março, serão vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos (segunda dose em 22 de março).
O CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO
Dia 25 de janeiro
Segunda dose em 15 de fevereiro
Profissionais de saúde, indígenas e quilombolas
Dia 8 de fevereiro
Segunda dose em 1º de março)
Idosos com 75 anos ou mais
Dia 15 de fevereiro
Segunda dose em 8 de março
Idosos entre 70 a 74 anos
Dia 22 de fevereiro
Segunda dose em 16 de março
Idosos de 65 a 69 anos
Dia 1º março
Segunda dose em 22 de março
Idosos de 60 a 64 anos