A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (Cati/CDRS), divulgou o terceiro levantamento da previsão e estimativa de safra agrícola para as principais culturas cultivadas no Estado de São Paulo em 2021.
Os resultados para a safra 2020/2021 foram obtidos pelo levantamento de informações de 645 municípios paulistas. Eles indicam uma ligeira expansão da agricultura paulista em 2020/21 em comparação com 2019/2020 de 0,56% de área plantada e perda de 2,35% no volume a ser produzido, devido à menor produtividade da terra de 2,91%.
O conjunto das culturas anuais apresenta acréscimo de 2,06% na produção e 0,23% na produtividade da terra. Mais especificamente para o grupo dos grãos, os indicadores apontam perda de 0,33% na produtividade e incremento 1,68% na produção por conta do aumento de 2,0% na área plantada.
No grupo das culturas perenes e semiperenes, houve queda na produção (-4,02%), influenciada pela menor produtividade (-4,12%), já que a área permaneceu praticamente estável (+0,13%). A menor produção cafeeira causada pelo ciclo de bienalidade de baixa contribuiu para esse resultado negativo.
O próximo levantamento das safras agrícolas do Estado de São Paulo será realizado em setembro de 2021 e trará os resultados finais das culturas anuais, das culturas perenes e as estimativas parciais do quarto levantamento para as culturas da cana para indústria, cebola de muda e laranja referentes à safra 2020/21. Trará também as primeiras informações de intenção de plantio das culturas anuais na safra de verão 2021/22.
Amendoim
O Estado de São Paulo produziu, na safra agrícola 2020/21, 26,95 milhões de sacas de 25 quilos de amendoim em grão, equivalente a 673,81 mil toneladas. Esse resultado reflete um aumento de 7,8% em relação à safra passada, em função do acréscimo de 12,2% na área plantada.
Café
A quarta campanha de previsão de safra de café no Estado de São Paulo (junho/2021) indicou ligeiro incremento na produção (0,4%) comparado ao levantamento anterior, totalizando nesta nova estimativa colheita de 4,31 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado.
Nesse ciclo de baixa produção da lavoura, o resultado esperado para a produção paulista do café beneficiado de 4,31 milhões de sacas (258,9 mil toneladas) se posiciona 32,2% abaixo da registrada na estimativa final da colheita de 2019/20 (ciclo de alta), quando foram obtidas 6,36 milhões de sacas.
Cana para indústria
A previsão da safra agrícola paulista canavieira deve totalizar 429,46 milhões de toneladas, variação negativa da ordem de 1,8% em relação à 2019/20, em consequência do decréscimo de 2,1% na produtividade agrícola. Esta, ao longo da safra, poderá finalizar em 76.727 quilos por hectare, valor similar ao obtido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Causado pelas condições climáticas, menor índice pluviométrico, baixas temperaturas e a geada ocorrida no final de junho em várias regiões produtoras. Dependendo do estágio de desenvolvimento da cultura, plantio ou rebrota, essas regiões poderão sofrer grandes perdas. Além disso, a previsão de novas frentes frias em julho e agosto com ocorrência de geadas ainda mais severas preocupa os produtores.
Laranja
A estimativa preliminar da safra agrícola 2020/21 para a cultura da laranja, decorrente do levantamento realizado em todos os municípios do Estado de São Paulo em junho deste ano é de 303,5 milhões de caixas de 40,8 kg (12.383 mil toneladas), volume 4,5% menor ao obtido na safra agrícola anterior.
O período de deficiência hídrica, principalmente nos meses de março e abril de 2021, quando os frutos já se encontram em estágio mais avançado de desenvolvimento, e a intensificação das altas temperaturas diurnas justificam o comprometimento desta safra, pois afetam negativamente estágios importantes do desenvolvimento vegetativo dos pomares, como o florescimento e o desenvolvimento dos frutos.
Essa situação climática foi notada em grande parte da região produtora de laranja, principalmente na região noroeste do estado (regiões de Votuporanga e São José do Rio Preto). Entretanto, esse efeito é muito amenizado na região sudoeste (regiões de Avaré e Itapetininga), onde predomina a laranja com destino para mesa, com uso de irrigação.