O Estado de São Paulo estuda novamente sobre o fim do uso obrigatório de máscaras ao ar livre. Segundo o governador João Doria (PSDB), a decisão é avaliada pelo comitê formado por especialistas escolhidos pela gestão para orientar as medidas sanitárias durante a pandemia da covid-19.
“Através do comitê científico, estamos analisando a perspectiva e a possibilidade da liberação do uso de máscaras ao ar livre”, diz Doria. O anúncio com a decisão será na próxima quarta-feira, 9 de março. Em novembro do ano passado, o governo chegou a anunciar a flexibilização. Contudo, com o avanço da Ômicron do Sars-CoV-2, recuou na determinação antes que a medida entrasse em vigor.
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) anunciou, em 11 de janeiro, em coletiva de imprensa no Palácio Rio Branco, medidas restritivas para tentar conter a propagação dos casos de coronavírus e de síndrome gripal em Ribeirão Preto, principalmente por causa da nova variante do Sars-CoV-2, a Ômicron, e da cepa H3N2 do vírus influenza.
Uma das medidas anunciadas tratava da prorrogação da obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes abertos por tempo indeterminado. Estudos têm apontado que a chance de transmissão da doença é menor em ambientes ao ar livre, enquanto é mais alta em locais fechados e sem ventilação, mesmo quando há distanciamento social Contudo, o fim da obrigação tem dividido especialistas.
“Dados da pandemia são bastante significativos em termos de melhora e ao mesmo tempo a vacinação. São Paulo atingiu mais de 100 milhões de doses da vacina distribuídas e mais de 20 milhões de doses da vacina foram dadas como dose adicional para os 30 milhões que precisamos objetivar. E, ao mesmo tempo, temos mais de três milhões de doses que foram dadas na população pediátrica entre 5 e 11 anos”, acrescenta o secretário estadual da Saúde, Jean Carlo Gorinchteyn.
Segundo ele, o Estado apresenta queda de 62% nas internações nas enfermarias e 52% nas internações nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). O país tem registrado uma média de 509 mortes diárias por covid-19, com aumento na proporção de vítimas idosas. Depois de os Estados Unidos e países europeus flexibilizarem nas últimas semanas o uso de máscaras por crianças em escolas, o debate ganha força no Brasil.
Estudos científicos publicados recentemente sobre o tema não são conclusivos. Alguns apontam impactos importantes nas interações com professores e colegas. Outros não reportam esses efeitos. A polêmica também divide famílias e especialistas.
Um grupo preocupa-se com prejuízos ao desenvolvimento das crianças, nas relações sociais e na alfabetização. E outros apontam o fato de os menores não estarem com o esquema vacinal completo e dizem que os índices de casos e mortes por covid-19 ainda são altos para deixar de usar máscaras.
O tema já começa a ser discutido no governo de São Paulo e com entidades da rede particular, mas ainda com ressalvas. A segunda quinzena de março é considerada como uma possibilidade para que as máscaras possam passar a ser flexibilizadas no Estado e em escolas, dependendo da gravidade da pandemia após o carnaval.
A gestão Eduardo Leite (PSDB) anunciou no sábado, 26 de fevereiro, a suspensão da obrigatoriedade de máscaras para menores de 12 anos no Rio Grande do Sul. Decisão semelhante foi adotada por Santa Catarina. O governo flexibilizou o uso de máscaras para crianças de 6 a 12 anos de idade.