Rui Flávio Chúfalo Guião *
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Minha neta querida, Manuella e seu marido Matheus, deram-me a felicidade de ser bisavô, com o nascimento do José. Grande e nova emoção, a encantar minha vida: poder olhar para o filho da filha do meu filho. E observar a continuidade das gerações, que vem lá de longe, num ciclo que se renova. São esperanças, perspectivas diferentes que vêm com o novo ser.
A vida dos homens é fascinante. Nascemos, crescemos, nos reproduzimos, nos realizamos pessoal e profissionalmente e, depois, legamos a outra geração a nossa continuidade, que dá sequência a este ciclo, num movimento eterno e constante.
Nossos genes vão se transmitindo de geração para geração, mesclando as características dominantes e recessivas e marcando a origem de nossos antepassados: trazemos hoje o que fomos há milênios.
Junto com os marcadores físicos, vêm também as heranças culturais. Na nossa família, brasileiras, portuguesas, italianas, dinamarquesas e, agora, libanesas, um conjunto de lembranças que nos formaram e que influenciam nosso jeito de ser.
Qual é o sentido da vida, senão uma corrida onde estamos passando o bastão sempre?
Ela começa com nossos filhos, que vêm no início da maturidade do casal, quando ainda não pensamos bem na responsabilidade de os criar, deixamos nos levar pela natureza, que comanda nossos desejos e hormônios.
Eles mudam radicalmente a vida do casal, são a insônia do primeiro mês, os cuidados maternos, a atenção paterna, a alegria de vê-los engatinhar, dar os primeiros passos, dizer as primeiras palavras.
Depois, vão para a escola, começam a aprender e, quando nos damos conta, ei-los preocupados com o vestibular, entram numa faculdade ou precisam repetir este exame outras vezes e nós sempre os acompanhando, estudando junto, torcendo.
A entrada na universidade faz-nos esquecer das dificuldades da adolescência e a formatura recompensa todas as dificuldades.
Ei-los prontos, nossa missão está terminada. Que nada. Cuidar dos filhos permanece sempre como nosso compromisso, embora de forma diferente.
Estão construindo a profissão almejada e necessitam de nosso apoio, sempre.
Aí, eles se casam, vêm os netos e, agora ,o bisneto. Todos nos enchem de alegria, risadas, contentamento quando se juntam, os mesmos sentimentos quando a correria de hoje nos afasta temporariamente deles.
Felizmente, temos hoje as redes sociais e podemos curti-los, mesmo que em imagens distantes.
Em matéria de família, sinto-me realizado. Minha esposa é companheira de longa data e dividiu comigo a criação dos nossos filhos, embora ela tenha ficado com a maior parte do encargo.
Meus cinco filhos, quatro homens e uma só menina, enchem de bênçãos a nossa casa e nosso ser. Cresceram bem, viraram trabalhadores exemplares, gestores competentes, chefes de família e pais que nos orgulham sempre. Cada um com suas características complementares.
Os onze netos que nos deram, sete meninas e quatro varões, trouxeram um turbilhão de emoções quando chegaram e nos encheram e enchem de orgulho, pela sua educação, sua dedicação aos estudos, o respeito para com todos nós, o desempenho profissional, formando uma pequena mas feliz família que cresce unida sempre.
Sempre agradeço pela forma feliz como a vida me abençoou, dando-me minha esposa, meus filhos e meus netos e meu bisneto.
Esta crônica é dedicada, como homenagem, à minha esposa Cecília, aos meus filhos, netos e bisneto: Luís Eduardo e Andrea, Manuella,Matheus e José, Thiago e Giovanna; Rui Flávio e Giovana, Rafaela e Marcela; Heliodora e Thorsten, Freja Emília e Esther Helene; Alexandre e Camila, Frederico e Guilherme; Rodrigo e Mayara, Rui Flávio e Luma, que são a alegria de minha vida.
* Advogado, empresário, presidente do Conselho da Santa Emília Automóveis e secretário-geral da Academia Ribeirãopretana de Letras