“Estou fazendo esta vaquinha no intuito de angariar fundos para reabrir minha oficina de auto elétrica, que devido a inúmeros prejuízos, inclusive com enchentes… pois o proprietário do ponto alugado alegava que a culpa da enchente era de Deus, pois Ele que mandava a chuva; sendo assim não tive escolha senão fechá-la, ficando com inúmeros prejuízos… Porém não perdi a fé. Trabalho com essa profissão de eletricista há 36 anos e espero novamente ter minha própria oficina. Penso em fazer um mural com o nome de todos que colaborarem para a ressurreição deste projeto. Portanto, sendo assim conto com a colaboração de todos…”.
A mensagem acima é do eletricista Carlos Enrique Erlacher, da cidade de Marechal Floriano, no Espírito Santo. Ele tentava angariar R$ 50 mil para abrir seu negócio, mas não conseguiu o montante.
Assim como Erlacher, centenas de pessoas buscam apoio financeiro para realizar seus objetivos, sonhos ou mesmo tratar de doenças. Algumas conseguem o montante desejado, outras, como o eletricista capixaba, não conseguem sensibilizar.
Uma das plataformas mais utilizadas para esses fins é a Vakinha. Como a utilizada pelo profissional que perdeu a oficina. Por lá é possível acompanhar inúmeros pedidos de socorro. Atletas querendo competir, pais em busca de apoio para acompanhamento hospitalar, tratamento cujos remédios têm preço exorbitante, ajuda para alimentar animais, ajuda para casamentos e formaturas, projetos pessoais, enfim, a gama é extensa.
Na prática a pessoa descreve a situação, define um valor e inicia uma campanha de arrecadação online. O dinheiro arrecadado fica atrelado a uma conta da pessoa dentro do site do Vakinha. A pessoa que pediu tem acesso aos valores arrecadados, quem doou, a data, o valor, a forma de pagamento e até mesmo quem apenas gerou um boleto e deixou em aberto.
Abrir uma campanha não tem custo. Mas a plataforma cobra uma taxa sobre cada doação feita. A taxa é de 6,4% + R$ 0,50 por transação. No momento do saque é aplicado uma taxa de R$ 5,00. Essa taxa é cobrada a cada saque realizado.
A própria plataforma dá uma dica. “Quando você estiver elaborando sua meta financeira da campanha, inclua o valor das taxas. Ou seja, se sua meta é de R$ 1.000, publique sua campanha com o valor de R$ 1.070 (7% para arredondar). Dessa forma, não haverá um impacto maior dos descontos”.
Sem fronteiras
A grande vantagem dessas campanhas é que elas extrapolam fronteiras. Se antes do advento da internet tais ações necessitavam de rifas ou mesmo ajuda apenas da comunidade em que a pessoa está inserida, agora elas ganham o mundo.
Estudante de Ribeirão Preto busca apoio
Um exemplo é o do estudante Gamaliel Gadelha Pinto, de 20 anos, nascido e criado em bairros da periferia de Ribeirão Preto. “Estudei em escolas públicas durante toda minha vida. Desde o ensino médio, tomei a decisão que gostaria de me profissionalizar na área do direito”, diz. Ele cursa Direito na Universidade de São Paulo (USP) e foi aprovado em um intercâmbio de seis meses na Università di Camerino, na Itália.
“Mas, pelo intercâmbio ser caro e eu ser pobre, não tenho dinheiro pra me manter lá. Por isso criei uma vakinha pra conseguir juntar o dinheiro necessário. O valor é realmente alto, mas preciso dele pra ter uma segurança de que realmente conseguirei ir”.
Gamaliel deu um passo importante. Ele conseguiu a única bolsa da USP que banca parte da viagem, mas busca o restante. Criou um pedido de R$ 16 mil.
“Também estou recebendo doações por Pix – o que é bom que não tem a taxa do site da Vakinha”, explica. A campanha segundo ele está sendo boa. As pessoas ajudam com valores como R$ 10, R$ 20 e R$ 50. Teve uma pessoa que me ajudou com uma quantia maior. Agora deu uma parada, mas tenho esperança”, finaliza.
Vakinha para Gamaliel
www.vakinha.com.br/vaquinha/gamaliel-gadelha-no-intercambio-na-italia
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Pix:16 9 9108 5405