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‘Sonhos Concretos: O Skate Encontra NIEMEYER’

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Da Marquise do Parque Ibirapuera até o Pavilhão da Bienal de São Paulo, Pedro Barros e Murilo Peres tor­naram o sonho dos skatistas brasileiros em realidade: dro­par as linhas e curvas únicas das obras de Oscar Niemeyer. De modo inédito no país, os atletas registraram as ma­nobras pelas construções do maior arquiteto brasileiro da história no mini-documen­tário “Sonhos Concretos: O Skate Encontra Niemeyer” (15min), que estreou na úl­tima quarta-feira (10), pela Red Bull TV.

Com passagem especial pela capital paulista, Pedro Barros e Murilo Peres pro­tagonizaram cenas únicas na Marquise do Ibirapuera e arredores, local histórico que foi ocupado por skatistas no início da década de 1980. Al­guns anos depois, o skate foi proibido na cidade e, depois de um ano de manifestações, voltou a ser permitido. Até hoje, o espaço continua sen­do ponto de encontro dos skatistas paulistas.

Pedro Barros e Murilo Peres protagonizam ‘Sonhos Concretos: O Skate Encontra Niemeyer’, que estreou nesta quarta (10)

Com algumas manobras realizadas pela área interna da Bienal, os skatistas com­param a arte de Niemeyer com o skate. “Normalmente, quem frequenta a Bienal, é para participar de exposi­ção de arte. Você adentra o Pavilhão, começa a ver cada detalhe dessa obra e, da mes­ma forma que um artista tem um pincel e pinta um quadro em branco, o skatis­ta também busca isso”, conta Murilo. “A linha que a gente desenha no chão, as curvas pelas pilastras, isso expressa um pouco da nossa arte e do nosso movimento”, completa Pedro, em um dos trechos do documentário.

A ideia do projeto sur­giu anos atrás, já que Pedro Barros cresceu vendo muitas obras de Niemeyer e imagi­nando como seria andar de skate sobre elas, assim como diversos outros skatistas bra­sileiros que um dia tiveram contato com essa arquitetura.

“Uma das coisas mais me­moráveis, para mim, é essa coisa lúdica, de que parece que estou vivendo um so­nho. Esses lugares só eram imagináveis para o skate nos sonhos mais profundos. Não é algo que acontece no dia a dia, é muito inovador. Viver isso tudo é mágico. Olhar para as pessoas que traba­lham nesses locais sorrindo enquanto andávamos de ska­te é muito especial, porque, de certa forma, acredito que foi para isso que Niemeyer projetou essas obras – para a interação das pessoas. Poder reinterpretar as obras de Nie­meyer com o skate é memo­rável”, analisa Barros.

Pedro Barros e Murilo Peres protagonizaram cenas únicas durante o documentário

O documentário come­çou a ganhar forma quando a Fundação Oscar Niemeyer autorizou Pedro Barros e Murilo Peres a darem um rolê por museus e edifícios de seu criador – algo até en­tão inédito.

“A proposta de interação entre os skatistas brasileiros e a obra de Oscar Niemeyer desde o início nos pareceu uma ideia incrível. Antes de tudo, existe uma forte iden­tidade entre o universo des­te esporte e a arquitetura de Niemeyer e seus valores. A irreverência, a liberdade, a busca por desafios, a criati­vidade em cada movimento, tudo isso está na essência do skate, assim como na obra de Niemeyer, feita de curvas e gestos livres, bela e surpreen­dente, assim como um rolê de skate”, afirma Carlos Ricardo Niemeyer, Superintendente Executivo da Fundação.

Gravado entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020, o documentário passa pelas principais obras do arquiteto também em outras cidades, como Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG). Histórico, o conteúdo, que atrela a beleza das obras à plasticidade do esporte, foi dirigido por Hugo Haddad e está disponível gratuitamen­te, pela internet.

Repletas de curiosidades e conexões com o esporte, al­gumas das obras foram cons­truídas de concreto armado, uma das principais marcas da arquitetura de Niemeyer, e mesma técnica utilizada, atu­almente, para construção de pistas de skate.

Ideia do projeto surgiu anos atrás, já que Pedro Barros cresceu vendo muitas obras de Niemeyer e imaginando como seria andar de skate sobre elas

“Posso dizer que realizei um sonho ao andar nas obras de Niemeyer. Nunca imagi­nei que isso seria possível, e é incrível o quanto ele contri­buiu para o skate mesmo sem saber disso. Cada momento foi inesquecível”, completa Murilo Peres.

Ao final das gravações, todas as obras passaram por um processo de reparo. Para assistir ao documentário e acompanhar de perto as ses­sões de skate e tudo que en­volveu este feito, basta aces­sar: https://win.gs/3dzAITV

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