Tribuna Ribeirão
Esportes

Sonho na areia

PEDRO TEIXEIRA

A cidade de Ribeirão Preto está sediando a terceira etapa do Circuito Brasileiro Open de Vôlei de Praia. A passagem do evento pela cidade trouxe alguns dos principais nomes da modalidade, como os cam­peões olímpicos Alison Cerutti e Bruno Schimdt, que conquis­taram o ouro nas Olímpiadas do Rio, em 2016.

O vôlei feminino também teve uma campeã olímpica participando da competição. Entretanto, Mari, que fez sua estreia na praia ao lado de Duda Lisboa, faturou o ouro no voleibol indoor, na quadra, em Pequim, 2008.

Mas, nem só de grandes estrelas se faz uma competi­ção. O campeonato também proporcionou que atletas da região pudessem participar de uma das principais com­petições do voleibol nacional.

Este é o caso de Natália Reis, 20 anos, que mora na ci­dade de Franca e participou do circuito formando dupla com a mineira Lorrayne. A jovem, que também é de Minas, nasci­da na cidade Patrocínio, mora em Franca há 7 anos.

Em Ribeirão Preto, Natália participou pela primeira vez do Circuito Open. Segundo ela, que é oriunda do vôlei in­door, foi no vôlei de praia que ela realmente se encontrou.

“Essa foi minha primei­ra participação no Circuito Open, foi muito legal poder estrear jogando perto de casa. Conheci o vôlei de praia em 2018. Antes eu jogava vôlei indoor, atuei durante oito anos. No vôlei de praia tive uma primeira impressão in­crível, principalmente pelo ambiente e pela sensação de jogar, me identifiquei muito, costumo dizer que bateu com a minha ‘vibe’”, afirmou.

A participação de Natá­lia durou duas partidas, com uma vitória e uma derrota, que culminou com a elimi­nação de sua dupla ainda na fase classificatória.

A jovem intercala os trei­namentos com a faculdade de odontologia. Ela admite que a rotina é bastante puxada, mas garante que quando está em quadra “esquece o mundo lá fora”.

“Meus treinos acontecem no CT Vôlei de Praia Fran­ca, que fica no Poliesportivo principal da cidade. Treina­mos todos os dias com rotina intercalada com a muscula­ção. Eu estudo também pela manhã, faço odontologia. É uma rotina apertada, porém, quando a gente entra em trei­namento, acaba esquecendo o mundo “lá fora”. O vôlei se torna até mesmo um mo­mento de diversão”, contou Natália.

Como a grande maioria dos esportes olímpicos, so­breviver do vôlei de praia ainda não é uma tarefa fá­cil. Contando com apoio da Prefeitura de Franca e tam­bém dos pais, Natália con­tinua em busca do sonho de vencer na modalidade.

“Acredito que a visibili­dade é uma das maiores di­ficuldades no vôlei de praia, principalmente no estado de São Paulo, onde a modalida­de ainda é uma “novidade”. “Temos apoio da Prefeitura de Franca e de uma insti­tuição chamada FEAC, que nos apoia financeiramente em situações como viagens, hospedagens, alimentação, inscrições de campeonatos e até mesmo ajuda mensal com bolsa atleta. Acredito que seja um diferencial que muitas equipes de fora não disponi­bilizam. Em questão familiar, meus pais me apoiam muito, estão sempre torcendo e tie­tando, seja presencialmente, quando dá, ou pela internet. Eles são demais”, revelou.

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