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Solenidade da natividade de João Batista!

As Sagradas Escrituras apresentam a vida e a mis­são de João Batista à luz dos grandes profetas antigos e de Jesus Cristo, o Messias esperado. Como diz San­to Agostinho, João representa a passagem do Primei­ro para o Segundo Testamento. Ele recebe a missão de profeta, assume a vida de asceta, e é chamado de Batista. Pelo batismo, nós também recebemos a missão de profetizar e de denunciar, como João, a injustiça, a mentira e a opressão.

Celebrar o nascimento de João é experimentar, como Isabel, Zacarias e os vizinhos, a manifestação da bondade de Deus, que transforma e fecunda a vida. É fazer a experiência da fé e da esperança no Deus misericordioso e compassivo, que ouve nosso clamor e nos socorre em meio aos sofrimentos e às aflições. É sentir que Deus continua soltando nossa língua para que tenhamos a coragem de vencer o medo e proclamar a justiça e a libertação. Como João Batista, possamos ser sinais proféticos de esperança, para anunciar o caminho da salvação e testemunhar Jesus Cristo, a luz que ilumina e liberta todos os povos.

O jeito despojado de João Batista viver, entregue ao serviço de Deus, na gratuidade, é testemunho de vida, apelo à conversão. Jesus o elogia, dizendo que “entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (7,28).

O grande convite da Solenidade da Natividade de João Batista a todos nós, é à humildade vivida por ele. Saber dar lugar, retirar-se e deixar Cristo apa­recer. Nem sempre é fácil tal atitude. Costumamos, devido nossas carências e limites, plantar com en­tusiasmo, regar e cultivar com zelo, mas queremos também saborear os frutos. Não parece ser assim na Igreja de Jesus Cristo.

Nela, uns plantam, outros regam, ainda outros deveriam cultivar e zelar o plantado pelos que passaram e somente outros que virão posteriormente, é que usufruirão dos frutos. Tal Igreja, discípula e missionária do Senhor, só é configurada com Cristo, se conseguir agir assim. Do contrário corremos o risco de desfigurá-la, apossar-nos dela e isso, geralmente, termina em desastre eclesiológico e pastoral.

Sejamos a exemplo de São João Batista, Comuni­dades simples, descomplicadas, acolhedoras, amo­rosas e cheias de ternura, porém sem ter medo de corajosa e ousadamente “perdermos nossa cabeça”, a própria vida, cargos, funções e prestígios, por conta da coerência do Evangelho anunciado e vivido no hodierno de nossas relações, sobretudo nos serviços que prestamos, sempre gratuitamente neste mundo tão sedento de Deus, especialmente nesta experiência tão desafiadora que a Pandemia nos impõe!

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