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Sobre governo e governabilidade

Os novos governos estadual e federal começaram no último dia 1º de janeiro os seus mandatos. Vivem agora o momento de conhecimento real da situação, do estado da máquina admi­nistrativa e dos primeiros planejamentos. Ao mesmo tempo, precisam fazer as primeiras conversas com aliados e adversários para estabelecer o equilíbrio da gestão e a governabilidade com o mínimo de conflitos possível. Temos percebido avanço nas conversas e negociações e aparentemente teremos águas razoa­velmente tranquilas no decorrer da navegação.

O novo governador paulista, Tarcísio de Freitas, já esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um encontro aparen­temente cordial e republicano. E é isso que esperamos de nossos governantes, porque governar vai além de decidir o que fazer em cada momento do mandato. É preciso trabalhar em um ambien­te suficientemente harmonioso para que estas decisões sejam as mais acertadas possível. O consenso, ou ao menos a aceitação da maioria, é imprescindível para que nossas medidas beneficiem o maior número de pessoas. Porque o propósito da vida pública é justamente servir as pessoas.

Também antes de completar duas semanas de administração, o governador esteve em Ribeirão Preto para entrega de veículos e equipamentos para a Defesa Civil. O gesto mostra que o chefe do Executivo paulista tende a trabalhar em conjunto com os mu­nicípios, o que é excelente, pois é nos municípios que a vida das pessoas acontece e é onde os cidadãos apresentam suas deman­das de melhorias para seus governantes. E eu sempre digo que quando resolvemos os problemas da cidade, estamos resolvendo os problemas do país, porque as pequenas soluções reunidas vão resolver grandes problemas.

E quando digo que precisamos estar próximos do consenso, não quero dizer que o Legislativo deve concordar com tudo que o Executivo propõe. Tive seis mandatos no Legislativo, fui opo­sição e tenho plena consciência da importância do que repre­sentam as ações dos vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Mas sei também que o diálogo deve ser permanente e que acima de qualquer interesse deve estar o bem-estar da po­pulação, que é quem espera dos eleitos o trabalho para nortear o desenvolvimento das cidades, levando em conta valores econô­micos e sociais.

O Brasil precisa de paz, união e muito trabalho para dimi­nuir as enormes distâncias sociais que nosso país tem. Por isso é preciso o esforço conjunto, sem tirar de nenhum poder, em qualquer instância, o direito e o dever de fazer a sua parte. Pas­samos por eleições bastante disputadas, mas os eleitos estão em seus cargos para governar para todos os cidadãos, e não apenas para seus eleitores. Por isso os programas a serem desenvolvidos precisam estar em sintonia com as necessidades dos governados.

É preciso que as prioridades sejam as que interessam ao cida­dão comum, que respondam às suas demandas, para que o leque de benefícios seja cada vez maior, de onde quer que venha a ação. Tenho convicção de que os novos governos farão o seu me­lhor, dentro das possibilidades econômicas, financeiras e legais, porque antes de tudo é imperativo cumprir a Constituição e as leis, já que o Estado pode fazer apenas aquilo que a lei permite.

De minha parte os novos governantes podem esperar o diá­logo aberto, a conversa franca e o convívio republicano sempre. Mas também podem ter a certeza de muita reivindicação em nome dos moradores de Ribeirão Preto. Vou levar às instâncias superiores as demandas da cidade e buscar recursos para o de­senvolvimento de nossos projetos, para beneficiar a todos, sem deixar ninguém para trás.

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