O Corpo de Bombeiros do Ceará confirmou nesta sexta-feira, 18 de outubro, a sétima morte da queda do prédio residencial que desabou em Fortaleza. Trata-se de Vicente de Paulo Menezes, de 86 anos. Seu corpo foi retirado ontem e, só após identificado, a imprensa foi informada. A confirmação foi trazida pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Ceará, coronel Luís Eduardo Soares de Holanda.
O Edifício Andrea desabou na manhã de terça-feira (15), por volta das 10h30. Localizado no cruzamento da rua Tibúrcio Cavalcante com a Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres, as informações são de que o imóvel vinha passando por obras. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, duas pessoas ainda estão sendo procuradas nos escombros.
“São duas as vítimas que a gente procura. Desde o início da operação, a gente trabalha por vítimas reclamadas. Continua o mesmo poder operacional, o mesmo número de bombeiros, todos os equipamentos, todo o apoio da comunidade, do governo do estado e da prefeitura”, disse Holanda em entrevista coletiva no local do acidente.
Segundo o comandante, os cães farejadores são utilizados e percorrem o que ele chamou de “pontos quentes”, locais onde há maior probabilidade de haver vítimas. Os bombeiros trabalham com dois “pontos quentes” e esperam resgatar as vítimas restantes ainda com vida, apesar da grande quantidade de dias já passados.
“O tempo não é mais favorável, quanto mais o tempo passa é óbvio que a chance de encontrar sobreviventes vai diminuindo, mas isso não tira a nossa esperança de ter sobreviventes”. Além de Vicente de Paulo, também morreram na tragédia Rosane Marques de Menezes (56 anos), Frederick Santana dos Santos (30 anos), Izaura Marques Menezes (81 anos), Antônio Gildásio Holanda Silveira (60 anos), Nayara Pinho Silveira (31 anos) e Maria da Penha Bezerril Cavalcante (81 anos).
Um vídeo do circuito de câmeras de segurança do Edifício Andréa mostra operários usando marretas para quebrar colunas próximas à entrada do prédio às 10h08, cerca de 20 minutos antes do desabamento. Cinco pessoas aparecem na gravação, entre elas o engenheiro José Andreson Gonzaga dos Santos e a síndica Maria das Graças Rodrigues, de 53 anos, uma das desaparecidas. Santos e outros operários escaparam com vida.
As imagens mostram pedaços de concreto se soltando dois minutos antes da tragédia, que aconteceu na manhã terça-feira (15), e deixou, até o momento, sete mortos e dois desaparecidos. Um dia antes de desabar, o Edifício Andréa entrou em reforma, conforme Anotação de Responsabilidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE).
Orçada em R$ 22 mil, a obra previa recuperação de pilares e vigas e pintura do prédio. A reforma era realizada pela Alpha Engenharia, empresa ligada a Santos. Em depoimento à Polícia Civil, divulgado pelo Sistema Verdes Mares, o proprietário afirmou que obras começaram apenas no dia 15, data do acidente. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS) do Ceará afirmou que não divulgaria informações sobre a investigação. Moradores relatam que o edifício apresentava situação precária há anos.