Tribuna Ribeirão
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Só o ser humano pode salvar o ser humano! 

José Eugenio Kaça *  
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A humanidade só sobreviveu a primeira era da aventura humana sobre a Terra por conta da solidariedade. A descoberta de um fêmur com 15 mil anos foi encontrado, com vestígios de uma fratura, e que tinha cicatrizado, como isso aconteceu? Este fato mostrou que o indivíduo não foi abandonado, como era de se esperar, ele foi cuidado por alguém. Isso mostra que somente a solidariedade entre os humanos vai preservar a espécie. Mas a religião surgiu para separar, e ai começou a luta do bem contra o mal, e a solidariedade foi deixada de lado, e a guerra ideológica entre o bem e o mal, se aprofundou, e o mal irmão siamês do ódio foi normalizado.  
 
A aparente solidariedade surgida com o final da Segunda Guerra mundial, aos poucos foi se desfazendo, e o século 21trouxe em seu bojo as velhas ideias que permaneceram por quase um milênio durante a Idade Média, ideias que foram apropriadas pela extrema direita mundo afora e estão dando filhotes. O Brasil, que outrora, (mesmo sem ser) era considerado um País solidário, no entanto, essa solidariedade sempre foi uma marca da população preta e pobre, porque a chamada elitebrasileira sempre se deslumbrou com os poderosos da Europa e posteriormente caiu de quatro para o Império do norte, e ao invés de defender seu País, como um patriota,  prefere lamber as botas dos impérios do norte, e manter a postura escravagista com a população pobre. 
 
A solução passa indubitavelmente pela educação, a educação formal e informal. A primeira fase da educação formal é introduzida na educação básica, onde o processo que induz a  cidadania é formado. Mas a solidariedade não acontece por osmose, tem que ser ensinada, e a escola que deveria mostrar o caminho da solidariedade ficou presa no mundo do preconceito, e sua luz cada vez brilha menos. Quando há uma dicotomia em relação a qualidade da educação básica pública e privada, com vantagem exponencial para a educação privada, pressupõe-se que os resultados para a cidadania sejam consistentes, no entanto, a realidade cotidiana mostra que em relação a cidadania, a educação privada não houve evolução.   
 
E por não haver uma educação cidadã e solidária, que eleve a condição humana do ser humano, o ódio se proliferou, e essa proliferação é causada por pseudos homens de “Deus” e por políticos inescrupulosos, que vivem da desgraça alheia. A população vive se defendendo do inimigo o tempo todo, tudo é motivo para a discórdia, os bens materiais estão acima da vida humana, e muitas vezes se pratica o mal em nome de Deus. A situação de violência gratuita está chegando ao ápice. No Rio de Janeiro, um motorista de aplicativo, agrediu uma idosa de 68 anos, com um chute nas costas, simplesmente por ela ter deixado cair farelos de biscoito no banco do seu carro – a que ponto chegamos. 
 
Sem a solidariedade estamos condenados a extinção. Só o ser humano pode salvar o ser humano! 
 
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação 
 

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