A educação básica em todos os países que se encontram em um patamar mais avançado é tratada como prioridade máxima, por isso alcançaram uma relação humana mais perene e um avanço tecnológico que melhora a qualidade de vida. Já no Brasil, o passado escravocrata corroborado por uma elite entreguista e de lambe-botas, que se perpetua no poder desde a invasão dos portugueses, produziu um país que não consegue se transformar em uma Nação. E neste diapasão de incompetência a educação básica pública nunca foi prioridade do Império e nem da República, e chegamos aos dias atuais aprisionados a um sistema educacional burocrático que não abandona as raízes fincadas no século 19.
A situação de penúria que estamos vivenciando atualmente é resultado deste passado que permanece cada vez mais vivo entre nós. As experiências democráticas ocorridas nos anos 1970/80 permitiam a participação de todos na construção de uma educação básica de qualidade e na cidadania, mas – tem sempre um mas –,em um país que possui uma elite escravocrata retrógada e vingativa, não se pode baixar a guarda só porque conseguiu colocar na Constituição o capitulo educação. Foi uma batalha ganha, mas não a guerra, e os reacionários que agem como os cupins conseguiram dividir o movimento que parecia coeso e colocaram pais e comunidades e educandos de um lado, e professores e dirigentes do outro. É a velha máxima: “dividir para governar”.
As trevas que permearam as eleições de 2018 colocou na presidência da República um candidato desqualificado para exercer a liturgia do cargo, que veio do chamado baixo clero, o mesmo baixo clero que por um golpe de sorte colocou o Severino Cavalcante na presidência da Câmara Federal, mas que foi destituído por sua incompetência moral e técnica. Essa escuridão de ideias e bons argumentos também colocou governadores que só pregam a violência, o preconceito e o linchamento moral, e um parlamento formado em sua maioria por religiosos que não respeitam a Constituição, por bandidos e milicianos, e esse retrato dantesco é o sinal inequívoco que conseguiram, mesmo que momentaneamente, mostrar que fracassamos na educação básica.
O velho ditado sempre se repete: “criar dificuldades para vender facilidades”. Recriar o velho liberalismo, e dizer que não há progresso possível para todos dentro do sistema de bem estar social, é a principal bandeira dos entreguistas da atualidade. Querem privatizar as escolas públicas com melhores avaliações, e militarizar as piores avaliadas, que por coincidência estão nas comunidades pobres e negras, isso mostra que a casa grande e senzala é parte integrante do pensamento desta gente desprovida de humanidade, que o único intuito é nos levar de volta para a Idade Média.
Acontece que estamos no século 21, o século que veio trazer a luz, e a luz está na educação básica. Não precisamos de mais professores “dadores de aulas” –precisamos de educadores/tutores que vão fazer a diferença num processo educacional para construir a cidadania. E com cidadãos cônscios dos seus diretos e deveres finalmente seremos uma Nação, e como Nação, a Constituição será a Bíblia de todos.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Só a educação pode nos salvar!