A Comissão Especial de Estudos (CEE) que discute o papel do Hospital Santa Lydia no atendimento à saúde pública em Ribeirão Preto ouviu, na tarde desta quinta-feira, 14 de setembro, o depoimento do secretário municipal Sandro Scarpelini. A audiência ocorreu no plenário do Legislativo e contou com a participação de Jorge Parada (PT, presidente da CEE), Luciano Mega (PDT), Betinho Scandiuzzi (PSDB), Gláucia Berenice (PSDB) e Nelson das Placas (PDT).
Scarpelini deixou claro que o Santa Lydia, encampado pelo município em 2011, é “fundamental e indispensável” para a saúde pública. “Não existe outra opção que não seja a manutenção do hospital, acredito que o Santa Lydia nunca foi tão importante para Ribeirão Preto quanto é hoje”, disse o secretário. Ele contou que a intervenção judicial, decretada em novembro de 2014, deve ser suspensa no final do ano e que a gestão da interventora Darlene Mestriner conseguiu reduzir a dívida de R$17 milhões para cerca de R$ 10 milhões.
O secretário contou ainda que a Fundação Santa Lydia está em processo de reorganização de seu Conselho Curador e que, a partir de 2018, o plano da Secretaria Municipal da Saúde é o de, na medida da disponibilidade de recursos financeiros, investir na ampliação da unidade hospitalar, inclusive com a projetada abertura de leitos para cuidados paliativos, aqueles destinados a pacientes com impossibilidade terapêutica – quando o avanço da doença faz com que o paciente precise mais de cuidados de enfermagem, psicológicos e espirituais, para enfrentar o inevitável desfecho, do que propriamente de cuidados médicos.
Outro projeto é a ampliação do número de leitos de retaguarda, aqueles destinados a pacientes estabilizados que não necessitam de suporte médico avançado. Hoje são doze leitos do tipo e a meta a curto prazo é ampliar a quantidade para 33, chegando depois a 46 leitos credenciados junto à Rede de Urgências e Emergências (RUE), que garante uma verba extra via Sistema Único de Saúde (SUS).
A intervenção judicial no Hospital Santa Lydia deve terminar em 31 de dezembro de 2017. A data consta de petição assinada pelo promotor da Cidadania, Sebastião Sérgio da Silveira, e pelo procurador do município Marcelo Tarlá Lorenzi. O documento já foi encaminhado à 2ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Estadual e Justiça de Ribeirão Preto.
Quando foi doado ao município, o Hospital Santa Lydia tinha uma dívida de R$ 5 milhões. Quatro anos depois, em 2014, o valor já havia subido para R$ 17,8 milhões, o que deu início a uma série de problemas administrativos – atrasos no pagamento dos salários dos funcionários e dos fornecedores e suspensão ou redução do atendimento. O hospital conseguiu reduzir o débito em R$ 7,1 milhões entre novembro de 2014 e abril de 2017 – chegou a bater na casa dos R$ 17,8 milhões e foi reduzida para R$ 10,7 milhões.