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Você conhece o Peru e sua Literatura?

O Peru, país sul-americano, é limitado ao norte pelo Equador e pela Colômbia, a leste pelo Brasil e pela Bolívia, ao sul pelo Chile e a oeste pelo oceano Pacífico. De geografia variada, apresenta desde planícies áridas na costa do Pacífico a picos nevados nos Andes e uma porção da floresta amazônica, os quais lhe proporcio­nam diversos recursos naturais. Seu solo abrigou a civilização de Caral, uma das mais antigas do mundo, e o Império Inca, considerado o maior Estado da América pré-colombiana. Elevado a vice-reinado pelo Império Espanhol, no século XVI, teve sua independência formalmente proclamada em 1821. Dessa época até hoje, o país conheceu turbu­lência política, crise fiscal, estabilidade e crescimento econômico. Também já esteve em recessão, em política oligárquica, em sucessivos governos democráticos, em golpes de estado, em ditadura militar, em reformas nacionalistas, em conflito armado com grupos terroristas do Sendero Luminoso e MRTA, além de crises inflacionárias e economia neoliberal. Atualmente é uma república presidencialista democrática, dividida em 25 regiões.

Cada uma de suas 25 regiões (Amazonas, Ancash, Apurímac, Arequipa, Aya­cucho, Cajamarca, Callao, Cusco, Huancavelica, Huánuco, Ica, Junín, La Libertad, Lambayeque, Lima, Loreto, Madre de Dios, Moquegua, Pasco, Piura, Puno, San Martín, Tacna, Tumbes e Ucayali) e província de Lima tem um governo próprio, eleito e composto por um presidente e um conselho com mandato de quatro anos. Esses governos planejam o desenvolvimento regional, executam projetos de investimento público, promovem atividades econômicas e realizam a gestão das propriedades públicas. A província de Lima é administrada por um conselho da cidade, cujo objetivo é devolver o poder aos governos regionais e municipais, entre outros, visando melhorar a participação política popular. No país, as ONGs são influentes politicamente e têm importante papel na descentralização local. A população peruana é estimada em 31 milhões, de origem multiétnica, com elevado grau de mestiçagem, incluindo ameríndios, europeus, africanos e asiáticos. Considerado uma nação em desenvolvimento, com um nível de pobreza de 34%, o Peru tem, como idioma oficial, o castelhano, que convive em harmonia com um número significativo de peruanos que falam quíchua e outras línguas nativas. A culinária peruana combina as cozinhas indígena e espanhola, com fortes influências africanas, árabes, italianas, chinesas e japonesas. São pratos comuns os anticuchos, ceviches e pa­chamancas. A mistura dessas tradições culturais produziu, no país, ampla diversidade de expressões nas artes, na culinária, na literatura e na música. Como principais atividades econô­micas apresenta a agricultura, a pesca, a exploração mineral e a manufatura de produtos têxteis.

No Peru, a educação é obrigatória e gratuita em escolas públicas para os níveis iniciais, primário e secundário. Também é gratuito em universidades públicas para alunos com desempenho acadêmico satisfatório e que superam os exames de admissão (vestibular). A cultura peruana apresenta influências das tradições indígenas, espanholas e dos diversos grupos étnicos africanos, asiáticos e europeus que se apresentam em sua história. A arte peruana remonta à cerâmica elaborada, aos produtos têxteis e às jóias e esculturas de culturas pré-incas. Os incas, mantendo esses ofícios, a ele acrescentaram realizações arquitetônicas, incluindo a construção da cidade de Machu Picchu. O estilo barroco, dominante na arte colonial, embora modificado por tradições nativas, focou temas religiosos, dos quais são exemplo as inúmeras igrejas da época e as pinturas da Escola de Cuzco. Após a independência, as artes estagnaram no país, o que se modificou com o surgimento do Indigenismo, no início do século XX. Desde os anos 1950, a arte peruana mostra-se eclética, mol­dada por correntes artísticas estrangeiras e locais. A música peruana tem raízes andinas, espanholas e africanas, com expressões musicais variando muito em cada região; a quena e a tinya são dois instrumentos comuns. Com os espanhóis a guitarra e a harpa foram introduzidas no país, o que levou ao desenvolvimento de instrumentos mestiços, como o charango dos africanos, o Peru recebeu os ritmos e o cajón, um instrumento de percussão, que enriqueceram as danças folclóricas locais, como a marinera, o tondero, a zamacueca e o huaino.

A literatura peruana está enraizada nas tradições orais das civilizações pré­-colombianas. Os espanhóis introduziram a escrita no século XVI; a expressão literária colonial incluía crônicas e literatura religiosa. Após a independência, o costumbrismo e o romantismo se tornaram os gêneros literários mais comuns no país, como exemplificado nas obras do escritor Ricardo Palma. O movimento do indigenismo do início do século XX foi liderado por escritores como Ciro Alegría e José María Arguedas. Por sua vez, César Vallejo escreveu versos modernistas, politicamente engajados. A literatura peruana moderna é reconhecida graças a autores como Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura e um dos principais mem­bros do chamado “boom latino-ame­ricano”. Gómez Suárez de Figueroa, mais conhecido como “príncipe dos escritores do Novo Mundo”, Manuel Ricardo Palma Soriano, conhecido pelo apelido de “El Bibliotecario Mendigo”, é o autor mais conhecido da fase romântica. Junto a eles, Alfredo Bryce Echenique, Ju­lio Ramón Ribeyro, José Carlos Mariátegui e Manuel Scorza são autores peruanos que também merecem, entre outros, serem conhecidos.

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