Tribuna Ribeirão
DestaqueSaúde

Variante Delta circula em RP

ALFREDO RISK

O Hemocentro e o Hos­pital das Clínicas de Ribei­rão Preto – ambos ligados à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMRP/USP) –, confirma­ram na tarde desta segunda­-feira, 23 de agosto, em en­trevista coletiva, que a cidade já tem oito casos da variante Delta, descoberta na Índia.

O anúncio foi feito pelo hematologista Rodrigo Cala­do, diretor do Hemocentro de Ribeirão Preto, e pelo infecto­logista e pesquisador do HC, Benedito Lopes da Fonseca. Segundo os médicos, testes realizados no laboratório do Supera Parque de Inovação e Tecnologia para contraprova confirmaram o diagnóstico de infecção pela nova cepa do Sars-CoV-2.

De acordo com Rodrigo Calado, “os oito pacientes com a variante Delta evoluíram com quadros leves da doença”. São três homens e cinco mu­lheres, com idade de 26 a 90 anos, que foram diagnostica­dos com covid-19 na segunda semana de agosto.

Eles tiveram sintomas como febre e dores de cabeça e no corpo. Nenhum preci­sou ser internado. Ainda de acordo com os pesquisadores, apenas os pacientes de 64 e 90 anos tinham completado o es­quema vacinal. Os outros seis já tinham recebido a primeira dose, mas ainda aguardam a aplicação da segunda.

Tanto na avaliação de Ro­drigo Calado, quanto na de Benedito Lopes da Fonseca e da da diretora do Depar­tamento de Vigilância em Saúde da prefeitura, Luzia Márcia Romagnoli Passos, a transmissão pela variante Delta em Ribeirão Preto já é considerada comunitária.

As amostras examinadas foram escolhidas aleatoria­mente, segundo os pesquisa­dores. Segundo o diretor do Hemocentro, o sequenciamen­to genético ainda foi realizado no material coletado de outras 22 pessoas, totalizando 30 mo­radores. Porém, a suspeita de Delta foi descartada. Mesmo assim, dentro deste universo, o total de casos confirmados da nova cepa representa 26,7%.

A Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde fez conta­to com familiares e com pesso­as do convívio de sete pacien­tes para investigar se houve novas infecções e a possibili­dade delas terem contraído a doença pela variante indiana. Casos foram confirmados entre familiares, mas ainda não se sabe se também são da cepa Delta. Nos trabalhos dos infectados, não houve relatos de casos positivos.

“A família que nós temos o maior número de casos nós temos o relato de que as fa­mílias se encontraram muito frequentemente. Essa é uma informação importante. Aque­las famílias que se encontra­vam muito, também tiveram o maior número de pessoas acometidas”, diz Luzia Márcia Romagnoli Passos.

Os oito pacientes detecta­dos com a cepa indiana têm 26, 33, 40, 41, 48, 50, 64 e 90 anos. Segundo os médicos, essas pessoas não saíram de Ribeirão Preto antes de serem infectados, indicando que os casos são autóctones. Todos tiveram sintomas como febre e dores de cabeça e no corpo, e não precisaram ser internados.

O Brasil chegou a 1.051 casos confirmados da varian­te Delta do novo coronavírus, apontam dados mais recentes reunidos pelo Ministério da Saúde divulgados no dia 17 – os números devem ser atu­alizados nesta terça-feira (24). Houve alta de 84% em relação aos 570 diagnósticos positivos para a cepa divulgados em ba­lanço do dia 10.

Ao todo, são 41 vítimas fa­tais da Delta no país, número que, por sua vez, é 13% maior do que os 36 óbitos registrados até a semana anterior. Identi­ficada originalmente na Índia, a cepa é mais transmissível e tem colocado especia-listas em alerta. São Paulo tinha 231 ca­sos confirmados – 171 na capi­tal –, mas nenhuma morte.

“A manifestação clínica des­sa doença é diferente. Ao invés de ter um comprometimento pulmonar preferencial como as outras variantes tinham, as ma­nifestações mais frequentes são dor de cabeça, dor de garganta, febre e o mal estar geral. A perda do paladar e do cheiro acontece menos frequentemente”, afirma Benedito Lopes Fonseca.

O trabalho de acompanha­mento e monitoramento da paciente está sendo realiza­do pela equipe de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde.Informa ainda que a variante Delta do coronavírus tem a transmissão da mesma forma que as ou­tras e reitera a importância das medidas protetivas como uso de máscara, distanciamento social e lavagem frequente das mãos, além do uso do álcool em gel quando não for possível lavar as mãos.

Primeiro caso é de Serrana

O primeiro caso da variante Delta do novo coronavírus na região foi diagnosticado pelo Hemocentro em uma moradora de Serrana

O primeiro caso da variante Delta do novo coronavírus na região foi diagnosticado em uma mulher de 30 anos, profissional da área da saúde de Ribeirão Preto e moradora de Serrana. A paciente já cum­priu a fase de isolamento e já está recuperada.

O caso foi diagnosticado pelo Hemocentro de Ribeirão Preto, mas amostras coletadas da paciente foram encaminhadas para sequen­ciamento genético, segundo pesquisadores do Projeto S, pesquisa de imunização em massa do Instituto Butantan, para contra-prova.

A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto confirmou, em 17 de agosto, que a mulher é residente em Serrana e trabalha em Ribeirão Preto. Diz que, quando a paciente foi diagnosticada com a variante, foi imediatamente desenvolvido todo o trabalho de vigilância.

O caso já havia sido anunciado pela Coordenadoria de Controle de Doenças do Centro de Vigilância Epidemiológica, órgão do gover­no de São Paulo, e pela prefeitura de Serrana. Em nota, a diretora técnica de saúde da coordenadoria, Elisabete Paganini, informou que a variante indiana foi identificada em amostra de moradora que apresentou sintomas de síndrome gripal no dia 4 de agosto.

Ela ainda não havia contraído o coronavírus, mas já tinha recebido duas doses do imunizante contra a covid-19. A paciente demonstrou cansaço, coriza, congestão nasal, tosse seca, dor no corpo, perdas de paladar e olfato, além de dor de cabeça. Após o diagnóstico, foi feita uma investi­gação epidemiológica para buscar as pessoas com quem ela manteve contato. Nenhum dos parentes demonstrou sinais de infecção.

Postagens relacionadas

VÍDEO – Moradores interditam avenida em protesto à falta de água

Luque

Cresce o comércio de brechós infantis

William Teodoro

Prefeitura de RP vai pagar R$ 100 mil por morte

Redação 10

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com