Por: Adalberto Luque
A Polícia Civil realizou, nesta sexta-feira (26), a reconstituição da morte do engenheiro César Henrique Rinhel, de 50 anos. A reconstituição foi programada para ocorrer em três locais: na Rua Sergipe, Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto (onde o homicídio ocorreu), na Fazenda da Barra e no canavial em Serrana, onde o corpo foi encontrado.
Rinhel foi encontrado em cova rasa, em um canavial na cidade de Serrana. Ele veio de Batatais (onde morava) a Ribeirão Preto trazer um amigo que faria quimioterapia na Santa Casa. Depois de deixar o amigo, ele saiu com o carro do homem que acabara de deixar no hospital e não foi mais visto com vida.
O corpo foi encontrado numa cova rasa por funcionários da usina que trabalhavam no canavial. Em um trabalho de investigação, a Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC) de Ribeirão Preto, prendeu dois homens pelo homicídio e investiga outros dois por, supostamente, ajudarem na ocultação do cadáver.
A Delegacia de Homicídios concluiu que Rinhel foi morto em uma oficina mecânica nos Campos Elíseos, zona Norte da cidade. Semanas antes, o engenheiro havia sido preso quando transitava com uma caminhonete que havia acabado de comprar. A caminhonete era produto de furto e ele só foi solto após audiência de custódia, onde pagou fiança.
Em 14 de dezembro, Rinhel veio a Ribeirão Preto no carro do amigo que faria quimioterapia. Depois de deixá-lo, seguiu com o carro até a oficina onde havia comprado a caminhonete. De acordo com a investigação, durante a discussão, o engenheiro foi baleado no peito duas vezes. Seu corpo foi levado no carro do amigo até o canavial onde foi enterrado. O veículo foi encontrado no dia seguinte, em Minas Gerais, com um dos envolvidos, que foi preso após fugir da polícia mineira.
Reconstituição
Nesta sexta-feira (26), os dois presos e os dois investigados participaram da reconstituição, coordenada pelo responsável pela investigação, Rodolfo Latif Sebba. “A motivação é um desacordo comercial. A vítima foi prejudicada na compra e venda de um veículo. Ele veio aqui [na oficina onde foi assassinado] para amenizar seu prejuízo e, nesse momento, aconteceu o pior”, disse o delegado.
Para a reconstituição, a Polícia Civil usou um software dedicado forense em 3D, que ajuda a definir com exatidão o que pode ter acontecido. Esse equipamento contou também com apoio de um drone.
De acordo com o advogado Cassiano Figueiredo, que defende os dois homens presos, Hugo César Silva Dias e Sullyvan Mike Tavares de Souza, Hugo teria admitido ter disparado os dois tiros que mataram Rinhel, porém isso teria ocorrido em legítima defesa. De acordo com o advogado, Hugo disse que o homem estaria armado.
Com a reconstituição, a Polícia Civil espera esclarecer as dúvidas que pudessem haver. Também será possível estabelecer as provas necessárias para seguimento do inquérito, agora na esfera judicial.