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Polícia abre inquérito para apurar caso de hostilização a torcedores corintianos no Santa Cruz  

Família de Fausto Rogério estava com uniformes do Corinthians em setor destinado para o Botafogo e precisou deixar o local sob protestos  (Vinícius Alves)

A partida entre Botafogo e Corinthians, que aconteceu no estádio Santa Cruz na última quarta-feira, virou assunto nacional. Mas, não por conta da goleada acachapante do Timão por 4 a 1. Um fato ocorrido fora das quatro linhas colocou a partida em evidência.  

Uma família de torcedores do Corinthians foi hostilizada por botafoguenses durante o jogo. O fato ocorreu nas cadeiras cativas do estádio, que é destinada apenas para sócios do Botafogo.  

Um pai, com duas filhas, uma menor de idade, e um sobrinho, também menor, estavam assistindo o jogo no setor e quando o Corinthians marcou o primeiro gol, ao comemorar, foram repreendidos por botafoguenses. Os torcedores pressionaram a família corintiana com xingamentos e gritos.  

A Polícia Militar percebeu a situação e foi em direção ao local para acalmar os ânimos. Por entender que o local era destinado apenas para botafoguenses, os policiais solicitaram que a família deixasse o estádio.  

Porém, neste momento, seguranças do Corinthians apareceram e convidaram a família para assistir a partida do camarote do presidente do Timão, Augusto Melo. A PM acompanhou os torcedores do time da capital, que deixaram o setor sob protestos.  

Repercussão nacional  

Rapidamente o assunto virou notícia, principalmente após um vídeo de o ocorrido ser divulgado nas redes sociais. O ex-jogador e apresentador Neto, do programa “Os Donos da Bola”, que é veiculado na Band, foi um dos primeiros a compartilhar e falar sobre o fato.  

Outros veículos importantes como Rede Globo, Uol, e vários outros portais também fizeram materiais retratando o ocorrido no estádio Santa Cruz.  

O que diz o clube?  

Em nota oficial, o Botafogo Futebol Clube, responsável pelo setor de cadeiras cativas, reiterou que o local é para uso exclusivo de sócios e que o responsável da família, Fausto Rogério, assinou plano de sócio cativo na manhã do dia da partida. O clube também alega que ele recebeu as devidas orientações. Confira a nota na integra:  

“O Botafogo Futebol Clube repudia qualquer ato de violência e lamenta profundamente os fatos ocorridos nesta quarta-feira (14), no setor de cadeiras cativas do Estádio Santa Cruz, que é destinado exclusivamente a torcedores do Botafogo. 

Se faz necessário informar que o torcedor envolvido neste episódio adquiriu o plano Torcedor Cativo, que dá acesso aos jogos do Botafogo no setor, na manhã da partida, quando assinou o termo de uso do espaço. 

Ele também foi orientado que o setor era exclusivo para a torcida botafoguense, o que consta na notícia oficial sobre ingressos para o jogo e no mapa de acesso divulgado nas redes sociais. 

Não há setor misto no Estádio Santa Cruz. 

Infelizmente, as informações e orientações foram ignoradas pelo torcedor em questão, colocando em risco seus familiares e todas as pessoas próximas do local onde ocorreu o triste episódio. 

O Botafogo Futebol Clube continua apurando os fatos, para que medidas internas possam ser executadas”.  

A Botafogo S/A, empresa responsável pela gestão do futebol do Pantera, não se pronunciou sobre o tema e apenas informou que a gestão do local pertence ao BFC.  

O que diz a família? 

Fausto Rogério, pai e tio das crianças que estavam com ele no estádio, esteve presente nesta sexta no programa Arena WSports, do jornalista Wilson Rocha. Durante a entrevista ele reiterou que não sabia da proibição de camisas do time visitante no local, por achar que se tratava de um “setor misto”.  

O torcedor afirmou também que não foi orientado por ninguém do clube a não acessar o local com as vestimentas do time da capital. Ele também contou que frequenta o estádio Santa Cruz e que já tinha visto torcedores com camisas de outros clubes no setor. Fausto reforçou que no momento de sua entrada não recebeu também veto por parte da Polícia Militar.  

Investigação  

O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de Ribeirão Preto abriu inquérito para apurar os fatos ocorridos no dia da partida. O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo promotor do Ministério Público, Paulo José Freire Teotônio.  

São cinco crimes investigados: incitação à violência em paço desportivo, constrangimento ilegal, ameaça, injúria e submeter criança à situação vexatória. Segundo a Polícia Civil, não há registro formal da ocorrência. Imagens registradas por torcedores e imprensa estão sendo usadas nas investigações. 

Por meio de nota, a Polícia Militar ressaltou que a entrada de torcedores com camisas do time adversário não é permitida no setor e que a atuação da instituição foi pontual. Além disso, citou que não foi constatada qualquer agressão física. 

Convite do Corinthians  

Fausto e seus filhos foram convidados pela diretoria do Corinthians para conhecer a Neo Química Arena e também os jogadores da equipe. O encontro deve acontecer no dia 2 de março, válido pela 11ª rodada do Paulistão.  

Segundo planejamento, a família irá assistir ao jogo no camarote da presidência e ainda receberá uma homenagem. 

 

 

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