Tribuna Ribeirão
Polícia

Morte de policial – Suspeito de matar cabo é condenado

DIVULGAÇÃO/PM

Alef Vieira dos Santos, co­nhecido como “China”, de 25 anos, foi condenado nesta quar­ta-feira, 13 de fevereiro, por um júri popular, a 26 anos e nove meses de prisão pelo assassi­nato do cabo da Polícia Militar Roberto Pereira Abramovicius, o “Brama”, de 38 anos, em um posto de combustíveis na es­quina das ruas Coronel Amé­rico Batista e Itajubá, na divisa do Ipiranga com o Jardim José Sampaio Júnior, na Zona Norte de Ribeirão Preto, em 21 de ju­nho de 2017.

Santos sentou-se no banco dos réus do Tribunal do Júri e das Execuções Criminais do Fó­rum Estadual de Justiça de Ribei­rão Preto por volta das 13 horas. A sentença de homicídio doloso foi anunciada por voltas das seis horas da tarde. “China” está preso desde 9 de setembro de 2017, três meses depois de cometer o assas­sinato – o motivo seria vingança pela morte do irmão dele. Foi detido em Pontal. A defesa deve entrar com recurso mo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

O cabo Abramovicius esta­va envolvido no assassinato de Alfred Vieira dos Santos, de 16 anos, morto a tiros em julho de 2016 em frente à casa da avó, no bairro Jardim Jandaia, na mesma região da cidade. Santos era considerado foragido desde março de 2017, quando esca­pou do regime semiaberto em Tremembé, no Vale do Paraíba. Conhecido como Brama, o PM foi morto com um tiro na cabeça enquanto fazia um “bico” como segurança no posto de combus­tíveis. “China” fugiu em uma moto roubada após o crime.

Os agentes da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) identificaram o suspeito após análise de imagens de câmera de segurança, depoimentos de testemunhas e dos próprios fa­miliares dele. De acordo com a polícia, o irmão de “China”, Al­fred Vieira Santos, era suspeito de matar a tiros o policial militar Edson Luiz Marques, de 44 anos, em janeiro de 2016, na porta de uma padaria no bairro Ipiranga.

Ele chegou a ser detido na época e, segundo a investigação, confessou que era o condutor da moto onde estava o supos­to atirador, um frentista de 29 anos. Ainda em depoimento, o adolescente contou que a dupla pretendia assaltar a padaria. A Polícia Civil informou que, em julho de 2016, a família de Alef e Alfred havia registrado um bo­letim de ocorrência contra o po­licial Abramovicius por ameaça.

“O registro foi feito dias antes de o Alfred ser vítima de homicí­dio. Não acreditamos na possibi­lidade de o policial Abramovicius estar envolvido, porque ninguém em sã consciência e com o míni­mo de inteligência avisaria uma vítima, principalmente um po­licial que a mataria ou algo nes­se sentido, e depois realizaria o crime”, disse à época o delegado Alexandre Daur. “China” cumpria pena por roubo em Tremembé.

Onda de violência
Após a morte do policial Abra­movicius, uma série de ataques foi registrada nos bairros Ipiranga, Jardim Jandaia, Adelino Simioni e Jardim do Trevo, nas zonas Norte e Leste de Ribeirão Preto, em qua­tro dias. Quatro pessoas morre­ram baleadas e nove ficaram feri­das. Testemunhas e sobreviventes dos ataques relataram à polícia que os tiros foram disparados pe­los ocupantes de um carro prata.

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo entrou no caso. Na época, o ouvidor Julio Cesar Fernandes Neves disse que havia “fortes indícios” de re­lação entre os crimes. A família de “China” chegou a denunciar a PM. O comandante do 3º Ba­talhão de Polícia Militar do In­terior (BPMI), coronel Marcelo Jerônimo de Melo, negou rela­ção entre os crimes, mas apon­tou para a hipótese de vingança na morte do policial militar.

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