Tribuna Ribeirão
Artigos

Eventos que inspiram e ensinam 

Maurilio Biagi Filho 

Empresário 

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 O segundo semestre de 2023 está sendo intenso, principalmente no que diz respeito a eventos importantes que Ribeirão Preto está sediando. Começamos agosto com a Feira Internacional do Livro, que trouxe mais de 400 atividades de qualidade, totalmente gratuitas para a população, com grandes nomes da literatura e cultura em geral. Sucesso comprovado. 

Já fechando o mês de agosto, a Meia Maratona Internacional de Ribeirão Preto, organizada pelo Tribuna Ribeirão. Participei não como atleta inscrito, claro, mas como convidado. Ao lado de Maria Zeferina – grande referência nesse esporte e quem incentivei a carreira desde o início -, entreguei a premiação aos vencedores. Foi maravilhoso ver a organização do evento, que cresce a cada ano, reunindo milhares de pessoas e que já foi incorporado ao calendário oficial do município. Parabéns a todos os envolvidos. 

Já de 1 a 16 de setembro, Ribeirão foi sede dos Jogos da Juventude, organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil e que reuniu mais de 4 mil atletas com até 17 anos de todo o país. O evento oferece suporte para as modalidades olímpicas através de ações em prol da formação de atletas jovens e profissionais do esporte. Tive a satisfação de participar da abertura oficial, no Theatro Pedro II, com a presença de embaixadores dos jogos, acendimento da tocha e desfile das delegações com suas bandeiras. Foi emocionante, principalmente para mim, que fiz parte ativamente do comitê dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e sei da importância e papel que eventos como esse têm para a sociedade. 

No fim de semana do feriado prolongado (07 e 08/09), o cantor Roberto Carlos, lotou o Theatro Pedro II. Foram duas apresentações maravilhosas, viabilizadas pelo meu amigo e grande empresário Chaim Zaher, e ainda com a renda destinada a entidades que apoiam moradores em situação de rua.  

Fugindo da ordem cronológica, destaco a palestra do economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, na abertura do salão do automóvel, o Autoshopping 2023, no Centro de Eventos do RibeirãoShopping, dia 31 de agosto. Aliás, faço um adendo para parabenizar a família Toniello pela magnitude do evento, por trazer um palestrante de peso e por propiciar o meu reencontro com ele. 

Cito por último, não por ser menos importante, mas porque quero discorrer um pouco mais sobre a aula que ele deu e sobre a sua trajetória, que em alguns momentos cruzou com a minha. Conheço o ministro Maílson há mais de 40 anos. Participamos juntos de muitos programas e ações importantes para o desenvolvimento do país e nos tornamos amigos. Portanto posso dizer, sem medo de errar, que é uma das pessoas mais competentes que eu conheci, um estadista, um servidor público exemplar e um ministro da Fazenda extraordinário. 

Em sua palestra, só mostrou o quão equilibrado é ao analisar as perspectivas da economia brasileira sem paixões, com pé no chão e olho no futuro. Ele abriu sua explanação falando que após as incertezas que permearam o início do novo governo, os mercados se assustaram, mas hoje o clima já é de mais otimismo, não só por fatores internos, mas também por fatores externos como a proximidade do fim do ciclo de política monetária dos EUA e melhora da avaliação do risco Brasil. 

Mas Maílson deixou claro que esse otimismo não significa que não temos problemas sérios a enfrentar. Significa somente que algumas ideias erradas, altamente divulgadas não se efetivaram, e aprovações como o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, entre outros fatores, acalmaram o mercado. Ele citou a situação fiscal como um dos pontos mais delicados e que merecem extrema atenção, já que sem atacar o gasto obrigatório, a situação tende a ficar insustentável. E eu acrescento, além desse alerta, a preocupação da terceira queda seguida de arrecadação federal, registrada em agosto, em comparação com igual mês de 2022. Sem falar na situação dos municípios…  

Maílson também deu o aviso de que não adianta repetir os erros do passado, como por exemplo, a quarta tentativa de reativar a indústria naval brasileira. Para ele, o governo precisa reconhecer que errou e não insistir em alguns caminhos que já ficaram mais do que provados de que não chegam a lugar algum, que não deram certo. E eu acrescento, ao contrário do STF deveria não mexer no que já estava certo, como a questão do marco temporal. 

Outro ponto importante abordado por ele foi desmistificar algumas narrativas que volta e meia voltam à tona como a possibilidade de um confisco, de o país se tornar comunista ou mesmo de virar uma Argentina ou Venezuela. Com muita maestria, desmontou, com argumentos embasados e com dados, essas teses conspiratórias que só atrapalham o País, que precisa urgentemente de pacificação para combater a polarização e prosperar. Espero que ele esteja certo. 

Por fim, encerrou a palestra falando sobre o excelente desempenho do agronegócio brasileiro, que se tornou uma potência, com perspectiva de expansão acelerada. Para ele, o agronegócio provou que o Brasil pode manter o sonho de ser um país rico e, com reformas, os demais setores podem reproduzir os fatores que explicam o êxito do Agro. Como consideração final, afirmou que não será fácil, nem garantido, mas há como acelerar o crescimento da economia, do emprego, da renda e da riqueza.  

Que proveitoso e inspirador foi o meu reencontro com esse amigo querido, um exemplo a ser seguido pelas futuras gerações. Que continuemos a desfrutar de bons eventos em Ribeirão Preto, e só citei alguns poucos, para que possamos conviver, aprender e nos tornarmos pessoas melhores. 

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