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Distúrbios do sono podem provocar doenças graves 

Dormir mal, pouco ou demais é prejudicial à saúde e pode encurtar a expectativa de vida; conheça alguns dos problemas de sono mais comuns e procure tratamento (Alfredo Risk)

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna Ribeirão

A cada semana mais de 120 pessoas passam por atendimento no Centro de Medicina do Sono do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. São pacientes de todas as idades que buscam solução para diferentes problemas que provocam noites mal dormidas. “O sono interfere nas funções vitais do nosso organismo. O repouso adequado traz equilíbrio para o corpo, mas pelo contrário, dormir mal pode reduzir a expectativa de vida segundo pesquisas”, destaca o neurologista Alan Eckeli.

O especialista confirma que a quantidade de horas necessárias para o repouso varia de pessoa para pessoa e muda ao longo da vida. Dormir mal ou mais que o necessário também é prejudicial. Problemas comuns neste cenário são, por exemplo, dificuldade de concentração, perda de memória, doenças cardíacas, alteração da pressão arterial e ganho de peso.

Até mesmo crianças que não dormem adequadamente podem desenvolver doenças mentais como ansiedade, depressão e propensão à diabetes, afetando até mesmo o crescimento. Eckeli relata que um dos indícios de que o sono não está bom é a sonolência diurna.

“Há maior risco de acidentes, a produtividade cai. Os pacientes frequentemente relatam fadiga e baixa energia. Especialmente os jovens têm sofrido mais pelo excesso do uso de telas, como smartphones, tablets e televisão, o que também prejudica a aprendizagem”, detalha.
 

Ronco e apneia do sono – que é a interrupção involuntária do estado de repouso durante o sono – acometem um terço da população. Essa obstrução das vias aéreas pode agravar risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O ronco também incomoda parceiros, sinal importante para buscar atendimento médico.

“Excesso de café e outras bebidas energéticas que afetam a qualidade do sono devem ser consumidas com moderação porque o sono perdido pode ser apenas parcialmente recuperado (no final de semana, por exemplo)”, alerta o especialista. Bebês e crianças pequenas dormem em média de 10 a 12 horas. Jovens e adultos de sete a oito horas e os idosos podem apresentar uma redução da necessidade total de repouso.

Medicamentos para dormir não podem ser usados sem uma avaliação criteriosa de médico especialista. Para o neurologista regularidade é um dos aspectos que faz grande diferença na qualidade do sono como fator que influencia positivamente na saúde e bem-estar.

Insônia cada vez mais frequente 

Os distúrbios do sono são cada vez mais frequentes em todas as faixas etárias, e podem estar associados a múltiplos fatores. De acordo com estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono; entre elas, a insônia.

Distúrbios do sono podem ser passageiros – durando alguns dias, relacionados a questões como estresse, tensão e mudanças de hábitos. Porém, se a dificuldade para dormir e manter um sono de qualidade persistir por mais de três meses, é considerada problema crônico.

Bruxismo, sonambulismo e movimento periódico de pernas são outras condições que afetam os pacientes durante o sono e podem estar associadas a doenças metabólicas, gastrointestinais, neurológicas e transtornos mentais.

A qualidade do sono é definida por fatores como sua duração (a falta ou excesso) a regularidade (acordar muito durante a noite) e os estágios (sono leve, profundo e REM- Movimento Rápido dos Olhos). O sono acontece como consequência de dois mecanismos: ciclo circadiano, que é a relação do nosso relógio biológico com os ciclos de luz e escuridão do planeta – e o controle homeostático, que promove o sono com base na quantidade de horas que passamos acordados, uma vez que enquanto estamos em vigília o nosso cérebro acumula substâncias que promovem o sono na hora de dormir.
 

Dormir nunca é desperdício de tempo: é durante o sono noturno de boa qualidade que as vivências são armazenadas em nossa memória, permitindo a atenção e o aprendizado, os hormônios se autorregulam e as células se regeneram/revitalizam. 

Noites mal dormidas provocam: 

– fadiga;
– déficit de atenção, concentração ou memória;
– prejuízo do funcionamento social, familiar, ocupacional ou acadêmico;
– alteração do humor/irritabilidade;
– sonolência diurna;
– alterações comportamentais como hiperatividade, impulsividade, agressividade;
– perda de motivação;
– propensão para acidentes e erros. 

Hábitos contemporâneos, como má alimentação (pedir alimentos pesados e salgados como lanches e pizzas à noite) e sedentarismo também influenciam na qualidade do sono. Veja dicas úteis para uma melhor qualidade do sono: 

– Vá para a cama com sono;
– Mantenha uma rotina regular no horário de deitar e levantar;
– Mantenha o quarto escuro e silencioso à noite;
– Se possui o hábito de levantar à noite, use lâmpadas suaves, evite as brancas ou azuis;
– Mantenha a temperatura do quarto confortável, para evitar o despertar no meio da noite;
– Mantenha animais que atrapalham o sono fora do quarto;
– Evite discussões ou argumentações no período da noite;
– Evite bebidas alcoólicas ou tabagismo;
– Pratique atividades físicas, mas evite-as próximo ao horário de dormir; terapias como meditação e respiração profunda podem ser benéficas para uma melhor qualidade do sono. 

Casos de insônia e outros distúrbios relacionados ao sono, podem ser relatados ao clínico geral na Unidade Básica de Saúde (UBS).

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