Morreu na quinta-feira, 13 de maio, no Hospital Nova Star, em São Paulo, aos 59 anos, o artista Carlito Carvalhosa, em decorrência de um câncer contra o qual lutou por mais de oito anos. O velório do artista, um dos mais renomados contemporâneos brasileiros, ocorreu nesta sexta-feira (14).
O corpo foi cremado no Horto da Paz. As informações foram fornecidas pela irmã do artista, Zita Carvalhosa. Carlito deixa esposa e duas filhas, Maria e Cecília. Ele foi um dos maiores fenômenos da arte brasileira contemporânea, tendo conquistado curadores e colecionadores internacionais com sua obra.
Há dois dias, o Museu Guggenheim de Nova York (EUA) comprou um trabalho do artista, que participou de várias bienais, entre elas a 18ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, em 1985, a Bienal de Havana, no ano seguinte, e a Bienal do Mercosul, em 2001 e 2009.
É um dos poucos brasileiros que expôs no Museu de Arte Moderna de Nova York – sua exposição, em 2011, foi um marco histórico. O início de sua carreira foi nitidamente marcado pela influência do construtivismo. Seus primeiros trabalhos, dos anos 1980, usam a cera sobre tela, criando peças translúcidas.
O processo de construção dessas peças revelam as etapas de sua produção, assim como, nos anos 1990, suas esculturas tornam evidentes as formas dos cilindros que as moldavam. Carlito estudou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), de 1980 a 1984.
Fez um curso de gravura em metal no ateliê de Sérgio Fingermann (1953), entre 1980 e 1982, década em que integrou o grupo Casa 7, com Rodrigo Andrade (1962), Fábio Miguez (1962), Nuno Ramos (1960) e Paulo Monteiro (1961). Eles produziam, na época, pinturas gestuais de grandes dimensões, como era comum entre os neoexpressionistas alemães e a transvanguarda italiana.
O artista morou na Alemanha entre 1989 e 1992 com uma bolsa do Deutscher Akademischer Austauch Dienst (DAAD), o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, trabalhando em Colônia. A extinta editora Cosac Naify publicou uma monografia a respeito de seu trabalho em 2000, com textos de Alberto Tassinari, Rodrigo Naves e Lorenzo Mammì.