Tribuna Ribeirão
Cultura

Sinfônica agora é patrimônio imaterial

A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto virou patrimônio cul­tural imaterial da cidade. A Câmara de Vereadores apro­vou, em 2 de maio, projeto de Igor Oliveira (MDB) que garante esta condição para a Osrp. A proposta foi san­cionada pelo prefeito Duar­te Nogueira Júnior (PSDB) no dia 24. Agora, as ações passam a ter uma importân­cia ainda maior na difusão e valorização da música de orquestra, na inclusão musi­cal, na formação de público, na formação de músicos e no estímulo à cultura.

“Esse reconhecimento demonstra por meio dos po­deres, como o Legislativo na figura do vereador, e Execu­tivo, pelo prefeito que san­cionou a lei, a importância dos projetos que a Orquestra Sinfônica desenvolve em Ri­beirão Preto e região. Além disso, reforça e prestigia os esforços que fazemos para manter a entidade e seus pro­jetos para a comunidade”, diz Silvio Contart, presidente da instituição.

Fundada em 1938, por Max Bartsch, com o nome de Sociedade Musical de Ribei­rão Preto, posteriormente foi chamada de Associação Lite­ro-Musical e atualmente é ge­rida pela Associação Musical de Ribeirão Preto, uma enti­dade sem fins lucrativos que conta com a mensalidade de sócios, patrocínios e projetos de Lei Rouanet para a realiza­ção de suas atividades.

Segundo Igor Oliveira, os fundadores da orquestra fo­ram pessoas de diferentes ca­madas sociais como carteiro, fotógrafo, médico, advogado, comerciante, taxista, entre outros e alguns músicos, que se encontravam após o ex­pediente do dia de trabalho para ensaiar. “Tocavam por paixão a música”, afirma.

Diferença
A diferença entre sinfôni­ca e filarmônica não está no repertório ou na quantidade de instrumentos, mas na ma­neira como ela se constitui juridicamente e administra­tivamente. A palavra “sinfô­nica” indica um repertório composto por sinfonias e também serve para represen­tar alguns grupos musicais mantidos exclusivamente pelo poder público ou de ou­tras sociedades.

Já Filarmônica diz res­peito às sociedades musicais mantidas por pessoas que de­monstram interesse pela mú­sica: os amantes, ou amado­res que acabam por subsidiar determinados conjuntos or­questrais. O nome Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto permaneceu por tradição, já que ela se encaixa nos requisi­tos de orquestra Filarmônica.

Orquestra Sinfônica de RP
A Orquesra Sinfônica de Ribeirão Preto (Osrp) tem 45 músicos. Mantida pela Associação Musical de Ribeirão Preto, criada em 1938 por músicos e abnegados, desde então a Orquestra Sinfôni­ca funciona de modo ininterrupto e vem desenvolvendo importantes projetos que difundem a música erudita, reafirmando seu papel de des­taque no setor artístico e nos cenários municipal e nacional.
Já se apresentou nas mais diversas salas de concerto do Brasil e, desde sua fundação, seu principal palco para a apresentação tem sido o Theatro Pedro II, no coração de Ribeirão Preto. Conta com violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, flautas, oboé, clarineta, fagote, trompa, trompete, trombone, trombone baixo, tuba, tímpano e percussão. O maestro titular é Reginaldo Nascimento. Já são mais de 1.300 concertos oficiais realizados.
Mensalmente, faz apresentações pelas séries “Concertos Internacionais”, com solistas brasileiros e estrangeiros renomados mundialmente, e “Juventude tem Concerto” que realiza gratuita­mente concertos interativos (maestros e músicos conversam com o público) dirigidos a crianças e jovens.


Site oficial – Até 2013, o que comprovava a existência, anterior à fundação da Associação Musical de Ribeirão Preto (1938), da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é o Programa de Concerto alocado no arquivo pessoal de Luiz Baldo (1909-2010), do segundo festival da Sociedade Cultura Artística de Ribeirão Preto, realizado em 1929, que mantinha a Orchestra Synphonica de Ribeirão Preto.
Esta sociedade foi quem participou do evento de inauguração do Theatro Pedro II em 1930, sob regência do maestro Ignázio Stábile (Roma, 1899, Ribeirão Preto, 1955) foi o primeiro titular da orquestra mantida pela atual Associação Musical entre 1940 e 1955. As infor­mações estão no site oficial da agora Osmrp.
A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é considerada, pelo menos em Ribeirão Preto, como a segunda “mais antiga orquestra brasileira em atividade ininterrupta”. A do Theatro Municipal do Rio de Janeiro é consi­derada a mais antiga orquestra brasileira em atividade até hoje. Foi fun­dada em 1909, mas teve seu corpo estável, isto é, músicos contratados e se apresentando regularmente, apenas a partir de 2 de maio de 1931.
A Osmrp já se apresentou nas mais diversas salas de concerto do Brasil (Sala São Paulo, Theatro Municipal de São Paulo, Festival de Inverno de Campos do Jordão) e, desde sua fundação, seu principal palco para a apresentação tem sido o Pedro II. Já contou com várias gerações de maestros à sua frente, como Ignácio Stábile, Carlos Nardelli, Cônego Barros, Antônio Giammarusti, Edmundo Russoman­no, Dinorá de Carvalho, Armando Belardi, Enrico Ziffer, Gian Luigi Zampieri e Spartaco Rossi.
Destaca-se ainda a participação de maestros convidados ao lon­go de sua história, tais como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtche­vsky, Filipe Lee, Ricardo Kanji, João Carlos Martins, Günter Neuhold, Mateus de Araújo, Alex Klein, Rubens Ricciardi e Olivier Toni, e ainda de solistas convidados.
Estão na lista Nelson Freire, José Eduardo Martins, Emmanuele Baldini, Dang Thai Son, Jacques Klein, Yara Bernette, Ruggiero Ricci, Nathan Schwartzman, Antônio Meneses, Duo Assad, Ricardo Castro, Trio Brasileiro, Emma Schmidt, Fernando Portari, Cláudia Riccitelli, Yuka de Almeida Prado, Rosana Lamosa, Julian Tryczynski, Matias de Oliveira Pinto e Jean Louis Steuerman.
A Orquestra Sinfônica em diversas fases apresentou repertório contemporâneo em seus concertos, sejam obras de compositores locais, como Pietro Giammarusti, Belmácio Pousa Godinho, Edmundo Russomanno e Ignácio Stabile, ou mantendo sempre em destaque obras de compositores brasileiros, como Antônio Carlos Gomes, Henrique Oswald, Luiz Levy, Alexandre Levy, Alberto Nepomuceno, Francisco Braga e Francisco Mignone.
De 1995 a 2000, Roberto Minczuk foi o maestro titular da Osrp, sendo substituído em 2002 por Cláudio Cruz. No começo de 2012, o italiano Gian Luigi Zampieri ficou quatro meses à frente da orquestra, mas foi demitido após desavenças com músicos. O atual regente é Reginaldo Nascimento, que substituiu Parcival Módolo.

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