Tribuna Ribeirão
Política

Sindicato vai à Justiça contra o novo decreto

JF PIMENTA/ARQUIVO

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Pradópolis e Guatapará vai re­correr à Justiça para impedir que os servidores com mais de 60 anos e afastados de suas funções sejam obrigados a tirar férias ou licença-prêmio por causa da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. A medida faz parte do decreto nº 84, publi­cado pelo Executivo no Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira, 7 de abril.

No decreto, o governo Du­arte Nogueira Júnior (PSDB) es­tabelece que os trabalhadores de grupos de risco do coronavírus – idosos acima e 60 anos e pes­soas com morbidades (conjunto de fatores que produzem doen­ças crônicas) – podem continu­ar afastados, mas obriga que os eles tirem férias forçadas, “ainda que o período aquisitivo a elas (férias) relativo não tenha trans­corrido”, como traz o segundo parágrafo do artigo 3º.

“Como não bastasse o gover­no querer empurrar goela abai­xo dos servidores férias forçadas, sem mesmo tê-las, a adminis­tração ainda deixa claro que o adicional de um terço das férias poderá ser pago somente após a concessão da mesma, podendo ser pago junto com o pagamen­to da segunda parcela do déci­mo terceiro salário, ou seja, em dezembro”, afirma o sindicato. A decisão de recorrer à Justiça de Ribeirão Preto foi decidida após o presidente da entidade, Laerte Carlos Augusto, se reunir por vi­deoconferência com integrantes do departamento jurídico.

Segundo o presidente Laer­te Carlos Augusto, a finalidade do governo municipal com o decreto não é proteger o tra­balhador ou a sociedade, e sim eliminar, alterar e desprezar a ló­gica do direito constitucional de férias e do direito legal da licen­ça-prêmio. “O governo tem de entender que fazer parte de um grupo de risco não é privilégio algum. Pelo contrário, é algo que nenhum ser humano gostaria de carregar consigo”, argumenta.

Ele afirma, ainda, que neste momento de emergência epide­miológica da covid-19, a prio­ridade das medidas adotadas pelo governo municipal não se destina à proteção dos mais vulneráveis. “Que férias são essas que o trabalhador não poderá viajar por conta da co­vid-19, não terá dinheiro por conta de que o pagamento do adicional de um terço será feito somente em dezembro e ainda poderá ter o seu descanso sus­penso a qualquer hora? Esse é o reconhecimento que o governo Nogueira tem para o servidor?”, questiona Augusto.

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