Tribuna Ribeirão
Política

Sindicato denuncia série de problemas

Na última segunda-feira, 5 de fevereiro, primeiro dia do ano letivo na rede municipal de ensino, 45.317 alunos estavam matriculados nas 109 escolas de Ribeirão Preto. A exemplo dos úl­timos anos, professores e demais funcionários se esforçam na ten­tativa de contornar as condições de trabalho precárias. O governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) herdou uma administração quase falida da gestão Dárcy Vera (sem partido), mas pessoas e entidades ligadas ao setor dizem que, após um ano, está na hora de resolver os problemas.

A situação chegou a tal ponto que, na avaliação da coordena­dora seccional de Educação do Sindicato dos Servidores Munici­pais de Ribeirão Preto (SSM/RP), Cristiane Gonçalves, a principal reivindicação da categoria na pró­xima data-base do funcionalismo municipal (1º de março) será o investimento em melhores con­dições de trabalho para que pro­fessores e demais funcionários da área possam desempenhar suas funções a contento.

A coordenadora relaciona alguns problemas que hoje são encontrados na rede municipal de ensino. Falta de segurança (se­mana passada duas professoras foram afastadas por 60 dias por causa de episódios de violência escolar), de cozinheiras (segundo o sindicato, existem cerca de 70 vagas abertas por aposentadoria que não foram repostas), de fun­cionários para as salas do berçário I e II, número insuficiente de co­ordenadores pedagógicos (são 31 para 109 unidades) e número de supervisores de ensino concursa­dos insuficiente.

Também aponta a inexistên­cia de um Plano Municipal da Educação, o congelamento da proposta de eleições dos gesto­res (diretores e vice-diretores), laboratórios de informática fechados, número insuficiente de monitores de informática (remanejados para outras fun­ções) e verba da Associação de Pais e Mestres (APM), que vem do governo federal – via Fundo de Manutenção e Desenvolvi­mento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) –, insu­ficiente para a devida manuten­ção predial.

Isso sem contar a judicializa­ção do processo de atribuição de classes/aulas – sindicato e Secre­taria Municipal de Educação bri­gam na Justiça desde novembro de 2017 –, a fila de espera de mais de três mil crianças nas creches municipais e o atraso na distribui­ção do uniforme escolar – as ca­misetas serão entregues até dia 16, e as bermudas já estão nas escolas. Na avaliação do SSM/RP, a rede municipal, para oferecer condi­ções mínimas de trabalho para os professores e funcionários, de­veria contratar de imediato mais 300 pessoas.

Sem planejamento – José Eu­gênio Kaça, presidente do Conse­lho Municipal de Educação, que acompanha a rede municipal de ensino desde meados da déca­da de 1980, afirma que o gran­de problema é o ”crescimento sem planejamento”. Ele faz uma comparação impressionante: “Ri­beirão Preto é a 24ª cidade mais rica do país. E no IOEB estamos na 1.025ª colocação”, compara. O Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB) é único para cada local (município, estado ou Distrito Federal) e en­globa toda a educação básica – da infantil ao ensino médio, de todas as redes existentes no local.

Para Kaça, a posição de Ribei­rão Preto no IOEB revela a discre­pância entre a riqueza da cidade e a qualidade da educação ofere­cida aos nossos alunos. “De nada adianta professores brigando com a Secretaria da Educação, e a secretaria batendo de frente com os professores. O que se precisa é de transparência total e união em busca de soluções”, destaca.

O presidente do CME frisa também a importância da parti­cipação de alunos e família na de­finição dos rumos do ensino. “O principal personagem de tudo é o aluno, e ele não é ouvido. Temos de parar com esse negócio de confinamento, de quartel, a esco­la precisa se abrir para a comuni­dade. Boa parte dos professores, por exemplo, é contra a presença de pais nas escolas e de alunos do conselho de classe. Mas o cami­nho é exatamente esse”, diz.

Com filhos em escolas públi­cas de Ribeirão Preto desde mea­dos dos anos 80, Kaça destaca que no passado as unidades da rede municipal de ensino ofereciam muito mais atividades do que hoje. “A educação física era no contra-turno, a maioria das uni­dades tinha sua fanfarra, tínha­mos xadrez e outras atividades. Mas a rede cresceu sem planeja­mento e muito disso se perdeu no passado”, analisa.

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