Os trabalhadores dos Correios afiliados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), que atuam nas capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro, assim como da região de Bauru, aceitaram a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para 2017 e 2018 apresentada na quarta-feira (4), pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), encerrando a greve iniciada em 19 de setembro. Outros sindicatos ainda realizarão assembleia. O ACT já passa a valer para os funcionários associados à Findect, confirmou a assessoria.
A reposição de horas paradas para funcionários que trabalham de segunda a sexta-feira terá início na semana que vem, com jornada adicional de seis horas no sábado. Já aqueles que também atuam aos sábados iniciarão a reposição das horas nesta sexta-feira (6), com até quatro horas adicionais durante a semana e duas horas no sábado. A reposição deve ser concluída até 30 de dezembro deste ano. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), que representa 31 sindicatos, realizará assembleias nesta sexta-feira.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto (Sintect) deve promover assembleia hoje, já que está filiado ao Fentect.
Em Ribeirão Preto, a adesão chega a 50%, afeta parcialmente as quatro agências oficiais e atrapalha a entrega de correspondências. Em Franca, o apoio é de 70% da categoria e, em Araraquara, de 80%. A greve atinge 92 municípios do nordeste paulista, o que corresponde a dois mil funcionários, mas não há um balanço oficial de quantos deles estão aderindo à greve nacional.
Os Correios garantem que a rede de atendimento está aberta e todos os serviços, inclusive o Sedex e o PAC, continuam disponíveis. Apenas os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária) estão suspensos.
Na quarta-feira (4), o vice-presidente do TST, Emmanoel Pereira, disse que a greve é legítima. O magistrado, que já havia declarado a abusividade do movimento, apresentou proposta de acordo que considerou “limite”, incluindo reajuste na data-base (1º de agosto) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e desconto parcial dos dias parados. Os representantes da Fentect e Findect, federações que representam os empregados, pediram prazo para responder.
A paralisação começou há 16 dias em algumas regiões. Os trabalhadores não aceitaram proposta de 3% de reajuste apenas em janeiro. Também se manifestam contra a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e contra o que chamam de “desmonte” da companhia. A proposta feita pelo magistrado corresponde a um aumento de 2,08% na data-base – índice correspondente à variação do INPC em 12 meses, até julho. O presidente da empresa, Guilherme Campos, pediu que o pagamento retroativo fosse feito em duas parcelas.