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Sevandija gera nova condenação

ALFREDO RISK/ARQUIVO

O juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, condenou o ex-secretário mu­nicipal de Administração Mar­co Antônio dos Santos a doze anos de prisão em regime fe­chado por lavagem de dinhei­ro. A sentença foi expedida em 28 de janeiro.

Segundo o magistrado, San­tos comprou imóveis com re­cursos desviados da chamada “fraude dos honorários”, uma das ações penais que investi­ga esquema de corrupção da Operação Sevandija durante o segundo mandato da prefeita Dárcy Vera (sem partido), en­tre 2013 e 2016.

De acordo com o juiz, o ex-secretário de Administra­ção aplicou R$ 1,2 milhão na compra de duas casas, uma em Ribeirão Preto e outra em In­daiatuba. Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira também afir­ma que Santos registrou os imóveis em nome de terceiros.

“Com isso poderia depois receber de volta os recursos de forma oculta ou não, ou ao menos usufruir dos imóveis adquiridos com o dinheiro ilí­cito, mas distantes da origem ilícita e de forma dissimulada”, analisa o magistrado. Além da pena de prisão, foi decretada a perda dos imóveis.

As casas foram sequestra­das durante a investigação, em favor do município de Ri­beirão Preto, como parte do ressarcimento. Telma Regina Alves, namorada de Santos na época em que o caso foi inves­tigado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Cri­me Organizado (Gaeco) tam­bém foi condenada.

Ela pegou quatro anos e seis meses de prisão em regi­me semiaberto. A jornalista foi investigada por transações financeiras que resultaram na aquisição dos bens. A defesa de Marco Antonio dos Santos disse à imprensa que vai recor­rer da condenação.

Afirma que a Operação Se­vandija e a recente decisão têm viés político. Já o advogado de Telma Regina diz não re­conhecer a lisura do processo que resultou na condenação e que irá recorrer da sentença. O ex-secretário da Administra­ção já havia sido condenado em outra ação da Sevandija.

Santos está preso desde 2017 por ter sido um dos con­denados em outro processo da operação, por associação cri­minosa e peculato-desvio, em um esquema que desviou R$ 45 milhões da prefeitura por meio do pagamento indevido de honorários advocatícios.

A pena estabelecida ini­cialmente para ele era de 18 anos, mas foi ampliada para 26 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Deflagrada em 2016, a Opera­ção Sevandija revelou um dos maiores esquemas de corrup­ção em prefeituras paulistas, segundo a Procuradoria-Geral de Justiça.

Além da fraude dos honorá­rios, há processos na Justiça por desvios em licitações do antigo Departamento de Água e Es­gotos (Daerp) e negociação de cargos terceirizados na prefeitu­ra em troca de apoio político na Câmara, por meio da Compa­nhia de Desenvolvimento eco­nômico (Coderp) e a empresa Atmosphera Construções e Empreendimentos, do empre­sário Marcelo Plastino.

Na ação que investiga um esquema de apadrinhamento político, compra de votos, pa­gamento de propina, fraude em licitações e terceirização de mão de obra na prefeitura, en­volvendo a Coderp, Santos foi condenado a 38 anos, um mês e 26 dias de prisão iniciados em regime fechado, mais mul­ta de 2% em cima do valor dos contratos feitos sem licitação.

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