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Sevandija abre nova fase de investigação

JF PIMENTA/ARQUIVO

O Grupo de Atuação Es­pecial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – braço do Ministério Público Estadu­al (MPE) – e a Polícia Federal (PF) cumpriram, na manhã desta sexta-feira, 6 de setembro, mandados de busca e apreensão em Ribeirão Preto, Sertãozinho e São Paulo no âmbito da Ope­ração Sevandija. Esta nova fase investiga o suposto crime de la­vagem de dinheiro por meio da aquisição de imóveis – aparta­mentos, casas e terrenos.

As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz Lúcio Alber­to Eneas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal, onde tramitam as ações penais da Sevandija. Se­gundo nota divulgada pelo Gae­co, as investigações apontam que recursos desviados da prefeitura de Ribeirão Preto foram aplicados em empreendimentos imobiliá­rios na região. Um dos manda­dos foi cumprido em uma casa no bairro Vila Tibério, na Zona Oeste de Ribeirão Preto, onde mora a mãe de Mandrisson Al­meida, ex-marido da ex-prefeita Dácry Vera (sem partido).

A ex-prefeita é acusada de ser a chefe do suposto esquema que teria desviado R$ 245 mi­lhões dos cofres públicos mu­nicipais. Mandrisson Almeida é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro. A for­ça-tarefa também recolheu documentos em uma casa no Jardim Canadá, na Zona Sul. Os moradores desta residência e a ex-sogra de Dárcy Vera não são alvos das investigações.

Na capital paulista, Gaeco e Polícia Federal estiveram em um apartamento de Mandris­son Almeida, na região central da megalópole. O empresário disse que não tem nada a co­mentar sobre o assunto e que está tranquilo perante a Justiça. De acordo com o MPE, docu­mentos, contratos particulares e e-mails interceptados durante os trabalhos da Operação Se­vandija revelam a existência de vultosas transações e ativos imobiliários até estão desconhe­cidos pelos órgãos de fiscaliza­ção e controle patrimonial. As investigações estão sob sigilo.

Três anos após a primeira fase da Sevandija, deflagrada em 1º de setembro de 2016, o Ga­eco informou que um total de R$ 192 milhões em bens foram bloqueados dos acusados de participação nas três diferentes frentes de corrupção atribuídas a agentes públicos na gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (2009- 2016). Segundo números re­cém-divulgados pelo Ministério Público, o valor representa 75% dos contratos fraudados – que nas contas atuais do MPE so­mam R$ 256 milhões – e 88% do que chegou a sair dos cofres municipais, R$ 216 milhões.

O levantamento mais recen­te também projeta R$ 5 milhões pagos em propina entre os en­volvidos. Entre os acusados es­tão a ex-prefeita, afastada do car­go antes do término do mandato e condenada à prisão. Ela está há mais de dois anos em Tremem­bé. Também foram acusados ex-vereadores e ex-secretários municipais, além de advogados e representantes de empresas, do Departamento de Água e Esgoto (Daerp) e da Companhia de De­senvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp).

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