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Sessão remota atrasa criação da CPI do IPM

ALINE PEREIRA-CÂMARA

Sem a presença de verea­dores na Câmara por causa da pandemia de covid-19, não foi possível instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar denún­cias envolvendo o Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM). O requerimento sobre o assunto deveria ter sido votado na sessão online desta quinta­-feira, 16 de abril, mas, para isso, ao menos nove parlamentares deveriam assinar o documento.

A instalação da CPI está sendo proposta por Marinho Sampaio (MDB), Jean Corau­ci (PSB) e Lincoln Fernandes (PDT). Sem as assinaturas necessárias para a apresenta­ção da propositura, já que as sessões agora são online e a maioria dos parlamentares não tem comparecido ao prédio do Legislativo, os os autores do re­querimento terão de recolher as rubricas em outro dia e pro­vavelmente em outro local.

Como na próxima terça-fei­ra, 21 de abril, é feriado nacional do Dia de Tiradentes (Inconfi­dência Mineira), a proposta só poderá ser apresentada na quin­ta-feira (23). Existe a expectativa de as sessões voltarem a ser pre­senciais já nesta data, pois o perí­odo de quarentena e isolamento social determinado pelo decreto de calamidade pública do pre­feito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) termina na quarta-feira (22) – nesta sexta-feira (17) ha­verá uma coletiva na prefeitura para definir se haverá flexibiliza­ção ou prorrogação das medidas de distanciamento.

A proposta surgiu por causa de denúncias feitas na semana passada, de que o IPM de Ribei­rão Preto, que cuida da aposen­tadoria e pensões de mais de seis mil pessoas, perdeu dinheiro com investimentos feitos na Bo­vespa. O prejuízo teria sido pro­vocado pela queda das Bolsas de Valores em todo o mundo, devido à pandemia do novo co­ronavírus, causador da covid-19, e poderia passar de R$ 35 mi­lhões. Os recursos investidos no mercado financeiro e que teriam resultado na perda – pelo menos momentânea – fariam parte do Fundo Previdenciário do IPM.

Este fundo é destinado ao pagamento de futuras aposen­tadorias dos servidores que estão na ativa e possui cerca de R$ 500 milhões em reservas. Na semana passada, em reposta aos questionamentos feitos pelo Tri­buna, o IPM respondeu que os investimentos no mês de mar­ço apresentaram rentabilidade negativa, resultado do cenário mundial, provocado pela crise do petróleo (guerra econômica entre a Rússia e Arábia Saudita), “elevada à enésima potência” pela crise da covid-19, que tem feito o mercado financeiro mun­dial entrar em queda.

“Importante destacar que as aplicações do IPM focadas no equilíbrio financeiro de seu Plano Previdenciário são de lon­go prazo, sofrendo variações na marcação diária do Mercado. A perda de qualquer valor só se realiza se o IPM resgatar os investimentos, o que não está ocorrendo”, afirma o instituto. De acordo com o órgão previ­denciário, não foram feitos res­gates, pois é preciso aguardar o mercado voltar à normalidade e o Plano Previdenciário permite aguardar esse prazo.

Os investimentos do Insti­tuto são os permitidos em lei pela resolução do Banco Central (Bacen) número 3.922/2010 e alterações. Entre os investimen­tos feitos estão a renda fixa (fun­dos de investimentos) – 85% do total de investimentos do IPM – e a variável (fundos de inves­timentos) – 15% do total de investimentos. O instituto afir­ma que segue rigorosamente a legislação sobre o tema. Os ve­readores também analisam se um áudio que vazou pelas re­des sociais da superintendente do IPM, Maria Regina Ricar­do, será objeto da comissão.

Na mensagem de voz, ela conversa com uma pessoa não identificada, diz que a situação do instituto está uma “desgraça” e que os servidores vão ter paga­mentos atrasados este ano por que a prefeitura vai gastar todos os recursos que tem por causa do coronavírus. A prefeitura afirmou ao Tribuna que “a gra­vação foi feita de forma clandes­tina, portanto, não considera as informações propagadas como oficiais”. A folha do órgão previ­denciário é de aproximadamen­te R$ 39,66 milhões por mês.

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