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Servidores protestam na garagem da ‘Infra’

DIVULGAÇÃO/SSM

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) está promovendo, desde a manhã desta terça-feira, 26 de março, protestos setoriais para forçar o governo Duarte No­gueira Júnior (PSDB) a apre­sentar uma proposta de reajuste salarial para a categoria.

O primeiro ato ocorreu na unidade do Departamento de Água e Esgotos (Daerp) da rua Pernambuco, nos Campos Elí­seos.

Nesta quarta-feira (27), a manifestação foi realizada na garagem da Secretaria Muni­cipal da Infraestrutura, na rua Patrocínio nº 2.828, nos Cam­pos Elíseos, onde os sindicalistas encontraram um “cemitério de veículos” – pátio de carros inser­víveis, que deverão ser leiloados. O ato desta quinta-feira (28) será num dos postos de trabalho da Divisão de Combate às Ende­mias, no bairro Sumarezinho, na Zona Oeste.

A conversa entre o Comitê de Política Salarial da prefeitura e a comissão de negociação do Sindicato dos Servidores empa­cou. Na última quinta-feira (21), cerca de 30 funcionários públi­cos de Ribeirão Preto foram até a Câmara de Vereadores pedir o apoio dos parlamentares na campanha salarial deste ano. Os parlamentares se compromete­ram a nomear um grupo para negociar com o governo. Uma reunião será agendada, mas a data não foi definida. Por en­quanto, o cenário é de incerteza.

Os secretários Alberto José Macedo (Governo) e Nicanor Lopes (Casa Civil) receberam três representantes da categoria no dia 21 e reafirmaram que a administração não tem recursos para atender à reivindicação dos servidores. Antes da reunião, um grupo protestava à porta do Palácio Rio Branco com faixas, cartazes e até um carro de som.

No entanto, a prefeitura manteve a proposta de “conge­lar” os vencimentos da categoria com a oferta de “reajuste zero”. A prefeitura diz que não tem con­dições de conceder reajuste neste ano por causa da crise financeira e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e informa que o aumento poderia afetar serviços essenciais. Se não houver acordo na próxima reunião, e nenhuma proposta for apresentada, a cate­goria se reunirá novamente para definir os rumos da campanha salarial.

O presidente do SSM/RP, Laerte Carlos Augusto, já avisou que a possibilidade de greve é real – seria a terceira consecuti­va na atual gestão. Mas defende o diálogo, desde que a adminis­tração apresente uma proposta. A mesma postura é defendida pelo governo. Na visita de on­tem à Infraestrutura, o sindica­lista ficou impressionado com a quantidade de carros, cami­nhões, motos, peruas, tratores e caminhonetes empilhados na garagem da pasta.

Diz que os veículos oferecem risco aos trabalhadores e aos ribeirão-pretanos porque são potenciais criadouros do mos­quito Aedes aegypti – transmis­sor de arboviroses como o zika vírus, as febres chikungunya e amarela (na área urbana) e, principalmente, da dengue. A Secretaria Municipal da Saúde já promoveu uma ação no local com o suporte de equipamento de pulverização e nebulização, que promove uma chuva de lar­vicida biológica.

A pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano foi entregue em 28 de fevereiro e a data-base da categoria é 1º de março. A folha de pagamento da prefeitura é de aproximada­mente R$ 61,1 milhões mensais, e a do IPM gira em torno de R$ 36,6 milhões. Os servidores pedem reajuste de 5,48% – são 3,78% de reposição da inflação acumulada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial usado pelo Instituto Brasileiro de Ge­ografia e Estatística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real.

O mesmo percentual (5,48%) será cobrado sobre o vale-alimentação da categoria e no auxílio nutricional dos apo­sentados e pensionistas. No ano passado, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido reajuste sa­larial de 2,06% com base no Ín­dice Nacional de Preços ao Con­sumidor (INPC) do IBGE, com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumento. O mesmo percentual foi aplicado no vale-alimentação, que passou de R$ 862 para R$ 883,55, apor­te de R$ 21,55, e na cesta básica nutricional dos aposentados. Os dias parados não foram descon­tados, mas a categoria teve de repor o período de greve, a se­gunda mais longa da história da categoria, já que em 2017 durou três semanas (21 dias).

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