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Servidores podem aprovar greve geral

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto (SSM/RP) promove no final da tarde desta terça-feira, 3 de abril, na praça em frente ao Palácio Rio Branco, assembleia geral que pode deflagrar gre­ve por tempo indeterminado a partir de sexta-feira, dia 6. A prefeitura ainda não apresentou sua contra-proposta, exige que o funcionalismo reduza o pedi­do de reajuste salarial de 10,8% e questiona a representativida­de da entidade sindical.

O presidente do sindicato, Laerte Carlos Augusto, entende que a proposta da prefeitura é “de zero de aumento. Na medida que eles se recusam a apresentar uma contraproposta, nosso en­tendimento é de que não querem conceder nada. É o reajuste zero”, afirma. Ele informa que além da greve geral, a assembleia pode au­torizar o SSM/RP a ingressar, na Justiça, com pedido de instaura­ção de dissídio coletivo.

A prefeitura, por meio de nota, afirma que o pedido de re­ajuste de 10,8% “está muito além de qualquer reivindicação razo­ável”. E apesar de não apresentar contraproposta, a administração municipal diz “que mantém o diálogo aberto com os servido­res”. O governo Duarte Nogueira Júnior (PSDB) também contesta a legitimidade do sindicato para negociar em nome da categoria, sustentando que há pendências na documentação da entidade junto ao Ministério do Trabalho.

Para os sindicalistas, é ape­nas “jogo de cena” para tumul­tuar a campanha salarial. “Com quem eles negociaram e fecha­ram acordo ano passado? Com essa mesma diretoria. Quem eles convocaram para a primei­ra e única reunião de negocia­ção deste ano? Essa diretoria. A alegação da prefeitura de falta de representatividade é balela”, ataca Laerte Carlos Augusto.

Existe a possibilidade de, ao longo do dia, o sindica­lista ser chamado para ouvir uma contraproposta. O SSM/RP está convocando servido­res (são mais de 13 mil, entre ativos e inativos) que não esti­verem em horário de serviço a comparecer à praça Barão do Rio Branco a partir das 15 horas. A assembleia terá início às 18 horas. Caso a greve seja aprovada, só deverá começar na sexta-feira por causa da exi­gência de notificação com 72 horas de antecedência.

Os dois lados pedem o apoio da Câmara. Augusto es­teve na sessão de quinta-feira, 29 de março, para pedir ajuda aos vereadores. O governo en­caminhou o “dossiê” em que contesta a legitimidade da enti­dade. Diz, ainda, que por causa da extinção do prêmio-incenti­vo e da implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para cobrir o fim da gratificação – medida que foi contestada pelos servidores –, o custo da folha de pagamento aumentou em cerca de 3%.

O governo alega que a folha salarial subiu 12,2% entre janeiro de 2017 e o mesmo período deste ano, por isso a administração não tem como atender ao pedido dos servidores. O principal tópico da lista de reivindicações é o reajus­te de 10,8%, mesmo índice de reposição sobre o valor atual do vale-alimentação e da cesta básica nutricional dos aposentados.

O pedido dos trabalhadores faz referencia à correção da in­flação nos últimos doze meses, de 2,93% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo (IPCA) do Ins­tituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indexa­dor oficial –, mais aumento de 7,87% referente ao crescimento orçamentário na arrecadação.

No ano passado, após a mais longa greve da categoria, que du­rou 21 dias e terminou em mea­dos de abril, os servidores aceita­ram reajuste salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de mar­ço e 2,34% para setembro. Tam­bém receberam uma reposição de 4,69% em parcela única retroa­tiva a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos aposentados. Nenhum dia foi descontado dos grevistas.

A pauta do ano passado ti­nha 149 itens. O principal era o pedido de reajuste de 13%. Em 2016, em plena crise financeira da prefeitura, o funcionalismo conseguiu aumento de 10,67%. O mesmo índice foi oferecido para o vale-alimentação e também para o auxílio nutricional dos aposen­tados e pensionistas.

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