Valdir Avelino *
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A organização dos trabalhadores em sindicatos chegou a ser violentamente reprimida por inúmeros governos ao longo dos tempos. Nos últimos anos, essa ofensiva contra as entidades que defendem os trabalhadores se tornou muito grande, com ar (falso) de legalidade. A chamada Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) foi criada sob medida para enfraquecer os sindicatos e tirar direitos dos trabalhadores. Além de reduzir os recursos das entidades, visando comprometer a capacidade de mobilização do movimento sindical, a “reforma trabalhista”, aprovada pelo governo Temer, representou o mais brutal ataque desferido neste século contra os trabalhadores brasileiros, pois também pretendia enfraquecer a Justiça do Trabalho.
A aprovação da chamada ‘reforma’ foi justificada por seus proponentes como uma necessidade para superar a crise econômica brasileira. A promessa é que tirando recursos dos sindicatos e enfraquecendo a Justiça Trabalhista, haveria geração vertiginosa de empregos formais, de trabalhadores com carteira assinada. A mesma promessa foi adotada quando se deu aval a terceirização irrestrita, em agosto de 2018. No entanto, segundo o IBGE, não houve crescimento significativo de brasileiros com carteira assinada. Na verdade, os trabalhadores perderam direitos e muitos sofrem um arrocho insuportável nos salários. O ataque aos sindicatos não trouxe novos empregos prometidos, mas, sim, o rebaixamento salarial e precarização dos contratos dos trabalhadores.
Os sindicatos foram, e continuam a ser atacados, pois são eles que lutam para que os direitos dos trabalhadores existam e, ao mesmo tempo, são os principais responsáveis por assegurar que as garantias realmente sairão do papel. Por isso, não resta outro caminho para o trabalhador consciente que não seja o de fortalecer a sua entidade sindical. Isolado, sem mobilização, o trabalhador não tem como cumprir a tarefa sozinho de defender seu direito e de buscar novas aspirações. Isolado o trabalhador não obtém sucesso ou, em ocasiões extremas, sofre assédio moral ou é demitido.
Em Ribeirão Preto, é inegável que os servidores públicos municipais reconhecem o papel fundamental que o sindicato da nossa categoria vem desempenhando ao longo dos anos na conquista de melhores condições de trabalho e de salariais para a categoria. Não há uma só conquista, uma só vitória que não tenha sido fruto das lutas sindicais e mobilização dos nossos trabalhadores. Presente, o tempo todo, no cotidiano dos nossos trabalhadores, o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis é uma das entidades mais representativas do sindicalismo nacional, com altíssima taxa de sindicalização. Apesar das ondas de ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, a nossa categoria soube construir um sindicato forte, combativo, atuante e com um percentual alto de servidores sindicalizados, que participam das lutas e mobilizações.
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis