Tribuna Ribeirão
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Servidores igualam recorde de dias parados

A greve do funcionalismo público de Ribeirão Preto entra em seu 21º dia nesta terça-feira, 30 de abril, e iguala o recorde do movimento paredista de 2017, quando a categoria pa­rou por três semanas para for­çar o governo Duarte Noguei­ra Júnior (PSDB) a conceder reajuste salarial. Neste feriado do Dia Internacional do Trabalho, Primeiro de Maio, vai atingir o 22º dia seguido.

Passará a ser a greve mais longa da história do funciona­lismo ribeirão-pretano – é a ter­ceira consecutiva na gestão tuca­na. O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) fez um um ato em frente ao Palácio Rio Branco na manhã de ontem e depois foi para o calça­dão da praça XV de Novembro, no coração da cidade, coletar assinaturas da população e pres­sionar a Câmara de Vereadores a instaurar uma Comissão Par­lamentar de Inquérito (CPI).

Quer que o Legislativo in­vestigue as duas denúncias pro­tocoladas na quinta-feira (25) que, segundo a entidade, são su­ficientes apara a abertura de um processo de impeachment con­tra Nogueira. Por 18 votos con­tra e cinco a favor, o Legislativo rejeitou a abertura de Comissão Processante (CP) – a categoria lotou o plenário e protestou. Na sexta-feira (26), os servidores saíram em passeata até o Palá­cio Rio Branco e promoveram o “enterro simbólico” do prefeito e dos 18 vereadores que votaram contra a CP.

Nesta terça-feira, a catego­ria promete retornar à Câmara para protestar. Na última sessão, a Guarda Civil Municipal teve de intervir. Segundo os dados oficiais da prefeitura, a adesão à greve caiu novamente ontem e está abaixo de 14% – garante que mais de 86% das pessoas trabalharam normalmente e que 13,75% do quadro pararam. Du­rante a semana passada, o balan­ço oficial indicava participação de menos de 16% da categoria. As áreas mais afetadas continu­am sendo as de educação e saú­de – os 30% dos serviços exigi­dos por lei foram mantidos.

Na Secretaria Municipal da Educação, 970 professores, co­zinheiros, inspetores, assistentes e demais funcionários continu­am parados, 29,44% dos 3.298 profissionais da pasta, acima dos 32,17% de sexta-feira (1.060 pessoas). Até a noite de quarta-feira (24), o índice era de 34,69% (1.144 pessoas).

Dados apontam que a ade­são cresceu na Secretaria da Saúde e foi de 4,38% ontem, contra 3,6% do período anterior. O balanço oficial revela que 129 dos 2.947 médicos, enfermeiros, atendentes e demais funcionários entraram em greve, contra 106 do dia 26. Na Secretaria Municipal da Assistência Social houve esta­bilidade, com 32 servidores em greve, 7,46% dos 432 funcioná­rios da Semas – eram 34 durante a semana passada (ou 7,9%).

A data-base da categoria é 1º de março. Ribeirão Preto tem 9.204 funcionários na ati­va e mais 5.875 aposentados e pensionistas que recebem seus benefícios pelo IPM. Os servi­dores pedem reajuste de 5,48%. São 3,78% de reposição da in­flação acumulada entre feverei­ro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial usado pelo Instituto Brasileiro de Ge­ografia e Estatística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real.

O mesmo percentual (5,48%) é cobrado sobre o vale-alimenta­ção da categoria e no auxílio nu­tricional dos aposentados e pen­sionistas. A prefeitura diz que não pode conceder aumento salarial porque já ultrapassou o limite prudencial de gastos com a folha de pagamento estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 54% – diz que está acima de 55,8% e foi alerta­da pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

A greve será julgada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), um colegiado da Corte Paulista que envolve todos os desembarga­dores. Na terça-feira (23), o juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, que concedeu duas liminares em ações impe­tradas pela prefeitura e pelo De­partamento de Água e Esgotos (Daerp) e restringiu a greve dos servidores municipais, anun­ciou incompetência do juízo de primeira instância para avaliar movimentos paredistas.

Ele suspendeu a multa diária de R$ 20 mil em caso de deso­bediência por parte do Sindicato dos Servidores Municipais (SS­M/R), mas manteve as demais sanções. Uma das liminares de­termina a manutenção de 100% dos trabalhadores em atividade nas secretarias municipais da Saúde, Educação e Assistência Social. A medida também pre­vê que sejam mantidos 50% dos funcionários nas demais reparti­ções, inclusive com escala emer­gencial de trabalho para evitar danos à população.

No dia 10 de abril, o ma­gistrado já havia ampliado a quantidade de repartições do Daerp que devem manter 100% do efetivo. No total, as decisões atingem mais de 90% dos 850 funcionários da autar­quia. Ele não proibiu piquetes, mas autorizou o uso da força policial em caso de vanda­lismo ou violência. Ribeirão Preto tem 9.204 funcionários na ativa e mais 5.875 aposen­tados e pensionistas que re­cebem seus benefícios pelo Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM).

No ano passado, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido re­ajuste salarial de 2,06% com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, com acréscimo de 20% de ga­nho real, totalizando 2,5% de aumento. O mesmo percentual foi aplicado no vale-alimenta­ção, que passou de R$ 862 para R$ 883,55, aporte de R$ 21,55, e na cesta básica nutricional dos aposentados. Os dias parados não foram descontados, mas a categoria teve de repor o perío­do de greve.

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