Tribuna Ribeirão
Economia

Servidores analisam ‘oferta’ do governo

ALFREDO RISK

Os funcionários públicos de Ribeirão Preto estarão reu­nidos na noite desta terça-feira, 19 de março, a partir das 18 horas, para decidir os rumos da campanha salarial deste ano. A categoria pode até defla­grar greve – pelo terceiro ano consecutivo desde que Duarte Nogueira Júnior (PSDB) assu­miu o Palácio Rio Branco, em janeiro de 2017 – para forçar o governo a apresentar uma pro­posta de reajuste.

A assembleia será na sede do Sindicato dos Servidores Muni­cipais de Ribeirão Preto, Gua­tapará e Pradópolis (SSM/RP), na rua XI de Agosto nº 361, nos Campos Elíseos, na Zona Norte. A primeira reunião entre a co­missão de negociação da entida­de e o Comitê de Política Salarial nomeado pela prefeitura, na quinta-feira (14), terminou sem acordo, já que a administração propõe “congelar” os vencimen­tos da categoria com a oferta de “reajuste zero”.

Além da possibilidade de de­flagrar greve geral – neste caso, a partir do início da semana que vem, pois a administração tem de ser notificada com 72 horas de antecedência –, o funcionalis­mo pode promover paralisações setoriais, “operação tartaruga” ou simplesmente aguardar o agendamento de uma nova reu­nião com o Executivo.

A expectativa é que, após a assembleia, os servidores saiam em passeata até a Câmara de Ve­readores para pedir o apoio dos parlamentares na negociação, como já ocorreu em anos ante­riores. A pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano foi entregue em 28 de fevereiro e a data-base da categoria é 1º de março. As negociações devem se estender por vários dias.

A folha de pagamento da prefeitura é de aproximadamen­te R$ 61,1 milhões mensais, e a do Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM) gira em torno de R$ 36,6 milhões, mas a administração diz que se con­ceder o reajuste vai desobedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O sindicato discorda e garante que os gastos com pes­soal estão em 46,56%, abaixo do limite prudencial de 51,3%.

Os servidores pedem rea­juste de 5,48% – são 3,78% de reposição da inflação acumu­lada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial usado pelo Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) –, e mais 1,7% de aumento real. O mesmo percentual (5,48%) será cobrado sobre o vale-a­limentação da categoria e no auxílio nutricional dos aposen­tados e pensionistas.

Por meio de nota, o Palácio Rio Branco informa que “dos 145 itens da pauta de reivindi­cações, a comissão analisou que 127 resultariam em um impacto financeiro, 14 delas tratam-se de adequações administrativas, em que a maioria já foi cumprida e, outras quatro precisam de aná­lise para apresentar o impacto financeiro”. O sindicato diz que a arrecadação aumentou 8%.

No ano passado, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido reajuste salarial de 2,06% com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE, com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumento. O mesmo percentual foi aplicado no va­le-alimentação, que passou de R$ 862 para R$ 883,55, aporte de R$ 21,55, e na cesta básica nutricional dos aposentados. Os dias parados não foram des­contados, mas a categoria teve de repor o período de greve.

O percentual de 2,5% foi o mais baixo em cerca de 13 anos – em 2005, na gestão de Welson Gasparini (PSDB), a categoria aceitou abono de R$ 120 e, em 2007, aumento de 3%. A para­lisação foi a segunda mais longa da história da categoria, já que em 2017 a greve durou três se­manas (21 dias). Em 2018, o sin­dicato pedia reajuste de 10,8%, mesmo índice de reposição so­bre o valor atual do vale-alimen­tação e da cesta básica nutricio­nal dos aposentados.

No ano anterior, já na gestão Duarte Nogueira, os servidores aceitaram aumento salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de março e 2,34% para setembro. Também recebe­ram uma reposição de 4,69% em parcela única retroativa a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos aposentados. Nenhum dia foi descontado dos grevistas.

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