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Servidor defende 6,1% de reajuste

JF PIMENTA-/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SSM/ RP) apresentou na noite desta sexta-feira, 28 de fevereiro, em assembleia realizada na sede da entidade, a proposta da campanha salarial deste ano. A categoria aprovou a pau­ta de reivindicações que será entregue ao prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) nesta segunda-feira, 2 de março.

De acordo com o sindicato, a categoria pede 6,18% de re­ajuste salarial, sendo 4,48% de reposição da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado – de janeiro a dezembro – e mais 1,7% de aumento real. O indexador é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A data-base do funcionalismo é 1º de março.

O mesmo índice, 6,18%, foi aprovado para a reposição do va­le-alimentação dos trabalhado­res e da cesta básica nutricional dos aposentados e pensionistas. O presidente do sindicato, Laer­te Carlos Augusto, afirma que é “necessário o governo iniciar o mais rápido possível a negocia­ção com os trabalhadores. Por isso já vamos entregar a pauta na segunda-feira (2) e espera­mos iniciar a negociação rapi­damente”, frisa.

Já as propostas não econô­micas de cada setor foram de­finidas a partir das reivindica­ções feitas pelos servidores. O funcionalismo apresentou suas sugestões em urnas que foram distribuídas pelas repartições municipais pelo sindicato. Também foram incluídas nas propostas as reivindicações feitas no ano passado e que, segundo a entidade, não foram atendidas pelo governo, como, por exemplo, melhoria nas condições de trabalho.

No ano passado, o governo não concedeu um centavo de reajuste. Em 11 de setembro, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) ex­tinguiu, sem julgamento do mé­rito, a ação de dissídio coletivo movida pela prefeitura de Ribei­rão Preto contra a greve dos ser­vidores municipais, que teve iní­cio em 10 de abril e foi suspensa em 3 de maio, depois de 23 dias de paralisação e protestos.

Por decisão unânime, os de­sembargadores acompanharam o voto do relator Moacir Perez e entenderam que o movimen­to paredista não é ilegal e nem abusivo. No final de agosto, a Corte Paulista já havia determi­nado o arquivamento de ação semelhante envolvendo o De­partamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp).

O sindicato já havia dito que a greve era legal porque todos os trâmites foram cumpridos, como a promoção de assem­bleias com a categoria, a comu­nicação da paralisação com 72 horas de antecedência e com acordo para manutenção dos serviços essenciais. Também não considera abusiva porque não reivindica algo excepcional, apenas cobra reajuste salarial na data-base da categoria.

Ribeirão Preto tem 9.204 funcionários na ativa e cerca de 6.030 aposentados e pensionis­tas que recebem seus benefícios pelo Instituto de Previdência dos Municipiários (IPM). O prefeito Duarte Nogueira alegou que não poderia conceder reajuste porque o município ultrapassou o limite prudencial de 54% de gasto com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – atingiu 55,86% por causa dos repasses feitos ao IPM – e “congelou” todos os vencimentos. O sindicato diz que essa decisão fere a LOM.

A folha de pagamento da prefeitura é de aproximada­mente R$ 63 milhões mensais, e a do órgão previdenciário gira em torno de R$ 39,66 mi­lhões. Os servidores pediam reajuste de 5,48%. Eram 3,78% de reposição da inflação acu­mulada entre fevereiro de 2018 e janeiro deste ano, com base no IPCA, do Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mais 1,7% de au­mento real. O mesmo percen­tual (5,48%) era cobrado sobre o vale-alimentação da catego­ria e no auxílio nutricional dos aposentados e pensionistas.

Em 2018, depois de dez dias de greve, que terminou em 19 de abril, foi concedido reajuste sala­rial de 2,06% com base no Índice Nacional de Preços ao Consu­midor (INPC), também medido pelo IBGE, com acréscimo de 20% de ganho real, totalizando 2,5% de aumento. O mesmo percentual foi aplicado no vale­-alimentação, que passou de R$ 862 para R$ 883,55, aporte de R$ 21,55, e na cesta básica nutri­cional dos aposentados. Os dias parados não foram descontados, mas a categoria teve de repor o período de greve.

O percentual de 2,5% foi o mais baixo em cerca de 13 anos – em 2005, na gestão de Wel­son Gasparini (PSDB), a cate­goria aceitou abono de R$ 120 e, em 2007, aumento de 3%. Em 2018, o sindicato pedia reajuste de 10,8%, mesmo ín­dice de reposição sobre o va­lor atual do vale-alimentação e da cesta básica nutricional dos aposentados.

No ano anterior, já na gestão Duarte Nogueira, os servido­res aceitaram aumento salarial de 4,69% em duas parcelas – a primeira ficou fixada em 2,35% no mês de março e 2,34% para setembro. Também receberam uma reposição de 4,69% em parcela única retroativa a março no vale-alimentação e na cesta básica nutricional dos aposenta­dos. Nenhum dia foi descontado dos grevistas.

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