Alon Lavi, cônsul-geral de Israel, estará em Serrana nesta quarta-feira, 26 de maio, acompanhado de Ali Fisher, responsável pelo setor agrícola e de águas do governo israelense. O país foi o primeiro a vacinar a população em massa contra a covid-19, da mesma forma como a cidade paulista foi pioneira no Brasil a realizar essa tarefa, através do “Projeto S”, do Instituto Butantan.
O motivo da visita é estreitar os laços entre o município e Israel para futura troca de tecnologias e experiências, tanto no campo da saúde quanto no da questão hídrica, uma vez que Serrana abastece sua população com águas do Aquífero Guarani, maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo.
Roteiro
O cônsul de Israel e sua comitiva devem chegar à cidade por volta das dez horas desta quarta-feira. Depois de uma recepção e protocolos governamentais, Alon Lavi deve se dirigir até a Usina da Pedra para conhecer o sistema de fabricação de açúcar e álcool.
Na volta, visitará a escola Dalzira Barros Martins, onde funcionou a central de trabalhos do Instituto Butantan durante a realização da vacinação em massa contra a covid-19 na cidade. O cônsul será ciceroneado pelo prefeito de Serrana, Leonardo Capitelli, e no final da tarde vai conhecer a Fundação Cultural.
O Instituto Butantan encerrou, em 11 de abril, a aplicação da segunda dose contra a covid-19 em Serrana. O “Projeto S” terminou com 27.160 pessoas imunizadas com a Coronavac, vacina contra a covid-19 desenvolvida em parceria com a biofarmacêutica Sinovac.
Um dia após ter completado 72 anos de emancipação política, a cidade torna-se a primeira do Brasil com praticamente toda a população com mais de 18 anos vacinada com as duas doses. Botucatu está no mesmo caminho. Entre os 28.380 voluntários que se cadastraram para receber o imunizante, 27.722 receberam a primeira dose da vacina.
A desistência entre a primeira e a segunda aplicação foi de cerca de 2%, equivalente a 562 pessoas. O total de moradores imunizados com as duas doses corresponde a 95% do público-alvo (28.380). Também corresponde a 59,5% do total de habitantes da cidade da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, de 45.644, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O público cadastrado, de 28.380 pessoas, equivale a 62,18% da população serranense. Por terem ficado de fora dos testes nas fases anteriores dos estudos sobre a Coronavac, não puderam ser imunizadas menores de idade, mulheres grávidas ou em amamentação, pessoas com doenças graves e quem teve febre 72 horas antes da vacinação.
O “Projeto S” é um inédito estudo clínico no mundo. A cidade foi dividida em quatro regiões (verde, amarelo, cinza e azul), e a vacinação ocorreu em oito semanas. Segundo o Instituto Butantan, foram utilizadas cerca de 55 mil doses da Coronavac para esta pesquisa. O estudo clínico tem como principais objetivos analisar a eficiência da vacinação na redução de casos de covid-19 e no controle da epidemia e na queda na transmissão do vírus de uma pessoa para outra.
Também estuda o impacto na redução da carga de doença, por meio da ocupação de leitos hospitalares e número de consultas médicas, por exemplo. A adesão da população à vacinação, reações adversas e efeitos indiretos na economia e na circulação de pessoas também estão sendo analisados.
O Butantan pretende testar ferramentas de combate a epidemias, como um aplicativo de controle da vacinação, de acompanhamento de reações, de censo geolocalizado em tempo real, entre outros. Também avalia a interação da vacina com a variante P.1, de Manaus (AM). Os moradores vacinados serão monitorados por um ano.